Considerado o principal aliado do regime de Damasco no Oriente Médio, o Irã acusou nesta sexta-feira o Catar de "intensificar o derramamento de sangue" na Síria por ter entregue a embaixada síria em Doha ao bloco opositor Coalizão Nacional Síria (CNFROS), informou a agência oficial iraniana "Irna".

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Segundo as afirmações do vice-ministro das Relações Exteriores do Irã para Assuntos Árabes e africanos, Hussein Amir Abdolahian, a decisão do Catar de "entregar a embaixada da Síria em Doha a um grupo sem respaldo da nação síria é uma decisão apressada e incoerente".

Na última quarta-feira, o Catar entregou o edifício da Embaixada da Síria em Doha à CNFROS, reconhecendo o grupo como representante desse país no lugar do regime do presidente Bashar al Assad.

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O ato que marcou a entrega da embaixada contou com a presença do presidente da CNFROS, Muaz al Khatib, e do primeiro-ministro do governo interino opositor no exílio, Ghassan Hitto, além do secretário de estado das Relações Exteriores do Catar, Khaled al Attiyah.

Abdolahian reiterou o apoio de Teerã ao regime de Damasco, defendeu "um diálogo nacional" como solução política para o conflito do país e acrescentou: "A nação síria mantém seu papel dentro do eixo da resistência (contra Israel, EUA e seus aliados) e nunca cederá ou se renderá perante a pressão estrangeira".

"O povo sábio e resistente da Síria nunca permitirá que os estrangeiros decidam sobre seu destino e sobre o regime futuro de seu país", acrescentou Abdolahian, em referência à suposta nacionalidade americana de Hitto, que nasceu na Síria e viveu 25 anos nos EUA.

Anteriormente, na última terça-feira, Abdolahian criticou que a Liga Árabe desse o assento da Síria à oposição na Cúpula que a organização pan-árabe celebrou em Doha, após a suspensão do regime de Damasco em novembro de 2011.

O vice-ministro iraniano qualificou de "precedente perigoso" para o mundo árabe que a "oposição apoiada pelo estrangeiro", a CNFROS, ocupasse o lugar do governo nessa organização e advertiu que esse procedimento poderia ser aplicado a outros estados do bloco árabe no futuro.

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Washington e os rebeldes sírios acusam o Irã de apoiar militarmente o regime de Assad, enquanto Teerã nega as acusações e responsabiliza os EUA e alguns de seus aliados da Otan de armar os insurgentes sírios, tidos como "terroristas".