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promessa de vingança

Irã acusa EUA e Israel por atentado e aumenta tensão na véspera da Assembleia Geral da ONU

Iranianos carregam o corpo de um dos mortos do ataque a uma parada militar no funeral das vítimas, na cidade de Ahvaz, no sudoeste do Irã | ATTA KENARE/AFP
Iranianos carregam o corpo de um dos mortos do ataque a uma parada militar no funeral das vítimas, na cidade de Ahvaz, no sudoeste do Irã (Foto: ATTA KENARE/AFP)

Acusações por autoridades iranianas de que Estados Unidos e Israel estariam por trás de um ataque terrorista neste sábado (22) na cidade de Ahvaz aumentaram a tensão entre Teerã e Washington às vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O presidente do Irã, Hasan Rowhani, disse neste domingo (23) que um país aliado aos EUA no golfo Pérsico seria responsável pelo atentado a uma parada militar em Ahvaz, que matou 25 pessoas e feriu ao menos 60. Embora ele não tenha especificado a que país se referia,  nesta segunda-feira (24), o vice-chefe da Guarda Revolucionária do Irã, Hossein Salami, disse que os líderes dos EUA e Israel devem esperar uma resposta "devastadora" de Teerã, acusando-os pelo ataque terrorista.

"Você já viu a nossa vingança antes ... Você verá que nossa resposta será esmagadora e devastadora e você se arrependerá do que fez", disse Salami em discurso antes do funeral das vítimas, transmitido ao vivo pela televisão estatal.

Durante o funeral, muitos cantavam “morte a Israel e à América”.

O Irã também acusou outros aliados dos EUA no Golfo Pérsico pelo atentado, um dos piores contra a força militar mais poderosa da República Islâmica, segundo a Reuters. Acredita-se que as autoridades iranianas estivessem se referindo à Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Bahrein, todos aliados próximos dos EUA.

"Esses pequenos países mercenários que vemos na região são apoiados pelos EUA. São os americanos que os instigam e dão a eles os meios necessários para cometer esses crimes", disse o presidente no domingo.

O Ministério das Relações Exteriores do país convocou diplomatas de países como Reino Unido, Dinamarca e Holanda para explicações, acusando-os de dar abrigo a separatistas árabes que reivindicaram a autoria do ataque.

Um dia antes, o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, já havia acusado países árabes do golfo, apoiados pelos EUA, de estarem por trás do ataque. "Esse crime é uma continuação dos planos de Estados da região, que são marionetes dos EUA. O objetivo deles é criar insegurança em nosso querido país", disse.

Resposta dos EUA

As tensões entre Irã e Estados Unidos já vinham aumentando nos últimos meses, em especial depois que o governo de Donald Trump abandonou o acordo nuclear com o país, em maio.

O atentado deste sábado, em que militantes disfarçados de soldados abriram fogo durante uma parada militar anual, foi o maior no país em quase uma década. Mulheres e crianças fugiram dos tiros enquanto soldados da Guarda Revolucionária Islâmica, unidade militar de elite do país, eram atingidos. Ao menos oito membros da guarda morreram e a unidade prometeu neste domingo vingar o ataque "em um futuro próximo".

Um grupo separatista árabe, que afirma que a minoria étnica é discriminada no país de maioria persa, reivindicou a autoria do ataque.

O governo dos EUA condenou o ataque de sábado, dizendo que "condena todos os atos de terrorismo e a perda de vidas inocentes".

A embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, refutou as acusações de Rowhani. "[Rowhani] enfrenta o povo iraniano protestando. Cada centavo de dinheiro que entra no Irã vai para os militares. Ele vem oprimindo seu povo há muito tempo e precisa olhar para sua própria base para saber de onde isso [terrorismo] está vindo", disse ela à CNN.

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