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“Assistência”

Irã admite propina ao Afeganistão

Teerã - O Irã admitiu ontem que entrega uma "assistência" ao Afega­­nistão, após o presidente Hamid Karzai dizer no dia anterior que seu governo recebia sacos de dinheiro de Teerã. O governo dos Estados Unidos demonstrou preocupação com a possível expansão da influência iraniana no Afeganistão.

Karzai insistiu em entrevista coletiva em Cabul na segunda-feira que os pagamentos a seu chefe-de-gabinete – às vezes em quantias de até 700 mil euros de uma vez – eram tratados de mo­­do transparente pelo gabinete presidencial.

"A República Islâmica do Irã, como um governo vizinho, está bastante preocupada com a estabilidade do Afeganistão e deu bastante assistência para a re­­cons­­trução do Afeganistão", afir­­mou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, ao ser questionado sobre as de­­clarações de Karzai. "A República Islâmica do Irã tem feito sua parte em ajudar o Afeganistão a reconstruir e desenvolver sua economia e fará isso no futuro", afirmou o porta-voz, sem explicar melhor a forma do auxílio.

A novidade gerou temores nos EUA, que tentam acelerar o fim da guerra no Afeganistão. Há o temor em Washington de que o Irã possa estar financiando insurgentes ou tentando explorar o sentimento antiamericano no governo de Cabul.

"Eu acho que o povo americano e a comunidade global têm (...) toda razão para ficar preocupados com o Irã tentando ter uma influência negativa no Afe­­ganistão", afirmou um porta-voz da Casa Branca. Segundo o funcionário, o Irã tem a responsabilidade de "garantir que o Afeganistão não seja o país onde os terroristas têm um abrigo se­­guro, ou onde ataques podem ser planejados em seu solo".

Diplomacia

Não há relações diplomáticas entre o Irã e os Estados Unidos há três décadas. Desde os atentados de 11 de setembro de 2001 e as guerras que se seguiram, no Afe­­ganistão e no Iraque, o Irã se mostra preocupado com a ação militar norte-americana perto de suas fronteiras.

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