O ministro do Petróleo do Iraque, Hussein al-Shahristani, afirmou ontem que tropas iranianas ainda ocupam parte de um poço de petróleo no lado iraquiano da fronteira dos dois países.

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Segundo ele, as negociações diplomáticas para resolver o problema continuam. Já outros funcionários iraquianos disseram, também ontem, que as tropas do Irã deixaram o poço, mas permanecem no território do país.

"Eles ainda estão ali", disse Shahristani em Luanda, Angola. Delegações dos dois países participarão amanhã de um encontro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

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"Nós estamos examinando o problema através dos canais diplomáticos." Shahristani disse que o poço número 4 do campo petrolífero de Fukkah é do Iraque. De acordo com ele, a perfuração desse poço foi concluída em 1997, durante o regime do ex-líder Saddam Hussein.

Já um porta-voz do governo iraquiano afirmou ontem que as tropas do Irã se retiraram do poço, mas permanecem em território iraquiano. O porta-voz Ali al-Dabbagh disse que as tropas iranianos se retiraram para uma posição 50 metros distante do poço. Segundo ele, Bagdá "exige que eles retornem para onde vieram e que comecem as negociações sobre a demarcação da fronteira".

O chefe de segurança e defesa da província iraquiana de Maysan, Mayssam Lafta, também afirmou que as tropas deixaram a instalação petrolífera. Segundo Lafta, essa retirada ocorreu na madrugada de ontem e os trabalhadores já voltaram no mesmo dia ao poço.

Incidente

A estatal iraquiana South Oil informou na sexta-feira que pouco mais de dez soldados do Irã chegaram ao poço e hastearam a bandeira iraniana no local. Bagdá condenou a ação como uma "violação da soberania iraquiana". Já Teerã alega que a instalação fica dentro de seu território.

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É o primeiro incidente sério entre os dois países desde a invasão liderada pelos Estados Unidos no Iraque em 2003, que derrubou Saddam Hussein. As forças lideradas por Saddam travaram uma guerra contra o Irã, entre 1980 e 1988.