O governo iraniano considera ampliar o corte de fornecimento de petróleo a outros países europeus além da França e do Reino Unido. A informação é da agência de notícias iraniana.
A agência cita o chefe da companhia nacional de petróleo, Ahmad Qalehbani, afirmando que o governo iraniano pode interromper as exportações de petróleo a países da União Europeia que continuarem com "atos hostis" contra o Irã.
Qalehbani prevê que o preço do barril de petróleo pode superar US$ 150, mas não especificou quando.
Os preços da commoditie subiram para a maior alta em nove meses, perto de US$ 105, nesta segunda-feira (20) quando o Irã anunciou a interrupção de exportações para o Reino Unido e a França.
França, Bélgica, a República Tcheca e a Holanda disseram ter parado de comprar petróleo iraniano, enquanto a Grécia, a Espanha e a Itália estão diminuindo suas aquisições, afirmou a porta-voz da Comissão Europeia, Marlene Holzner.
Autoridades francesas dizem não levar a sério a ameaça do Irã de suspender as exportações para o país. O Ministério das Relações Exteriores disse que as companhias de petróleo francesas já interromperam as encomendas da commodity após a União Europeia ter adotado sanções no mês passado.
O porta-voz do ministério francês, Vincent Floreani, disse que as sanções visam a persuadir "o Irã a retomar as negociações a respeito de seu programa nuclear" - e a responder às preocupações internacionais.
Queda de braço
Vários países do ocidente têm manifestado temor em relação às ambições no programa nuclear, embora o governo iraniano insista que ele se restringe a fins civis.
No Ministério do Petróleo iraniano anunciou no domingo (19) a suspensão da venda do combustível para empresas britânicas e francesas. Na página oficial do governo, um porta-voz disse que Teerã iria "vender nosso óleo para novos consumidores".
Em janeiro, os países europeus decidiram interromper a compra de petróleo iraniano no próximo dia 1º de julho, numa tentativa de pressionar Teerã a desistir de seu programa nuclear.
Na quarta-feira (15), a imprensa oficial iraniana anunciou a suspensão da venda de petróleo para Holanda, Grécia, França, Portugal, Espanha e Itália. A informação foi negada logo depois pelo governo.
Atualmente, a UE é responsável por 20% das exportações de petróleo iraniano, que também a maior fonte de renda de Teerã. O ministro do petróleo Rostam Qasemi, no entanto, disse que o embargo europeu não vai afetar seu país.
No sábado (18), duas embarcações militares iranianas atracaram no porto sírio de Tartus após atravessar o canal de Suez, informou o canal Press TV. A viagem é a segundo do tipo desde a Revolução Islâmica de 1979 e acontece em um momento delicado, tanto pela situação na Síria, quanto pela escalada da tensão entre Teerã e o Ocidente. Em entrevista, o ministro do Exterior britânico, William Hague, disse temer que a crise iraniana culmine em uma "nova Guerra Fria" no Oriente Médio.
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