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Na véspera do dia em que se completarão 30 anos do maior atentado terrorista da história da Argentina, o Irã fez ameaças contra o país sul-americano devido às posições pró-Israel e contra o regime islâmico manifestadas pelo presidente Javier Milei.
Em editorial do jornal Tehran Times, porta-voz do governo do Irã, o regime dos aiatolás apontou nesta quarta-feira (17) que, “sem dúvida, Teerã não esquecerá as políticas anti-iranianas de Buenos Aires”.
“O Irã mostrou que não joga facilmente no tabuleiro de xadrez do inimigo, mas no momento certo e na posição certa, irá impor o seu próprio jogo ao inimigo e fazê-lo se arrepender pela sua inimizade com o Irã”, disse o jornal.
Ao anunciar que passou a considerar o Hamas uma organização terrorista internacional, na semana passada, o governo Milei destacou os laços do Irã com o grupo palestino.
Em abril, a Justiça da Argentina considerou o Irã responsável pelo atentado na sede da Associação Mutual Israelita Argentina (Amia), ocorrido em 18 de julho de 1994 e que matou 85 pessoas. Dois anos antes, um atentado à Embaixada de Israel em Buenos Aires havia deixado 29 mortos.
O tribunal responsável pela decisão disse que os dois ataques foram uma decisão política e estratégica do regime iraniano e foram executados pelo grupo terrorista libanês Hezbollah, “que agiu sob a inspiração, organização, planejamento e financiamento de organizações estatais e paraestatais subordinadas ao governo dos aiatolás”.
Dias depois, o governo da Argentina pediu a prisão internacional dos responsáveis pelo atentado à Amia e destacou a reivindicação de que seja preso o ministro do Interior iraniano, Ahmad Vahidi.
A ministra da Segurança, Patricia Bullrich, também tem denunciado um aumento das atividades do Hezbollah na América do Sul.
Além dessas atitudes, Milei tem reiterado o apoio a Israel após os atentados do Hamas, em outubro do ano passado, e visitou o país, ocasião em que disse que a embaixada argentina será transferida de Tel Aviv para Jerusalém.
No editorial do Tehran Times, o regime do Irã acrescentou que “o novo presidente da Argentina, que não escondeu o seu interesse pelos sionistas e pelo regime israelense, que mata crianças, tem percorrido o caminho do cenário anti-iraniano do regime sionista desde que chegou ao poder e, como fantoche do regime sionista, está repetindo reivindicações infundadas contra a República Islâmica e ameaçando os cidadãos iranianos”.
Segundo o jornal Clarín, setores da comunidade judaica pedem que Milei rompa relações diplomáticas com o Irã, mas os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores desaconselharam que tal medida seja tomada.