O Irã permitiu o acesso de inspetores da ONU a um reator nuclear em construção, depois de ter impedido as visitar por um ano, e também autorizou um monitoramento mais abrangente em outro. Mas essas iniciativas foram recebidas com ceticismo no Ocidente.
Antecipando-se a um relatório sobre seu programa nuclear, que será divulgado na semana que vem pela Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), órgão da ONU, o Irã permitiu que autoridades da entidade inspecionassem as instalações do reator de água pesada de Arak, disseram nesta sexta-feira diplomatas creditados na AIEA, cuja sede fica em Viena.
A agência da ONU havia feito um chamado ao Irã para que garantisse acesso às instalações, a fim de verificar se a parte em construção é somente de uso pacífico. A visita ocorreu na semana passada, disseram diplomatas.
Eles também afirmaram que o Irã havia autorizado recentemente uma ampliação do monitoramento da AIEA na usina de Natanz, de enriquecimento de urânio.
Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha devem pedir a Rússia e China, nas conversações de 2 de setembro, que avaliem a imposição de uma quarta rodada de sanções da ONU ao Irã. O último relatório da AIEA vai ajudá-los a formar a base de sua argumentação nessas reuniões.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Ian Kelly, disse que as recentes iniciativas do Irã no âmbito da AIEA estão aquém do esperado e o país tem de cumprir suas obrigações internacionais.
Vários diplomatas das seis potências mundiais disseram à Reuters, sob condição de anonimato, que estão céticos quanto às últimas medidas iranianas.
"Se for verdade, o fato de ocorrer poucos dias antes do relatório de Mohamed ElBaradei (o diretor-geral da AIEA) diz o bastante, não é mesmo?", afirmou um diplomata.
Para evitar novas sanções, o Irã tem de suspender o enriquecimento de urânio, esclarecer suas atividades nucleares no passado e participar de negociações, disseram diplomatas.
O enviado do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, não foi localizado para comentar o assunto.
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