O Irã anunciou ontem dois importantes avanços no seu programa nuclear, num aparente esforço para mostrar que o acirramento das sanções não afetará seu desenvolvimento atômico.
A evolução mais relevante foi divulgada em tom de espetáculo na tevê estatal, onde o presidente Mahmoud Ahmadinejad, usando colete branco e bota, supervisionou a inserção do primeiro cilindro de combustível nuclear totalmente fabricado no Irã num reator de Teerã que produz isótopos de pesquisa contra o câncer.
Ele ordenou a construção de mais quatro reatores nucleares similares, que serão abastecidos exclusivamente com cilindros de fabricação nacional. Até então, Teerã usava um envelhecido estoque de cilindros de urânio comprados da Argentina.
O país diz ter sido obrigado a desenvolver seus próprios cilindros devido às sanções impostas por ONU, EUA e União Europeia (UE), que impedem importação de material atômico.
Além disso, a agência de energia atômica anunciou a instalação de novas centrífugas de última geração na central de Natanz (centro). Segundo a agência, as centrífugas são três vezes mais rápidas e eficientes que as anteriores.
Em outro episódio, o Irã alertou os seis principais compradores na UE de petróleo iraniano Portugal, Itália, Espanha, França, Holanda e Grécia , que cortaria imediatamente suas exportações. Depois, voltou atrás.