O Irã anunciou avanços em know-how nuclear nesta quarta-feira (15), incluindo novas centrífugas capazes de enriquecer urânio mais rapidamente, medida que pode acelerar uma tendência rumo à confrontação com o Ocidente pelas suspeitas de que o país busca os meios para fabricar bombas atômicas. O governo iraniano reforçou sua determinação em seguir com o programa nuclear, considerado pelos líderes linha-dura como um pilar de força, proteção e prestígio, apesar das sanções do Ocidente que impõem danos cada vez maiores à economia. O Irã também procurou mostrar que o endurecimento das sanções não conseguiu deter o progresso na tecnologia nuclear. "A era das nações agressoras já passou. As potências arrogantes não podem monopolizar a tecnologia nuclear. Eles tentaram nos impedir, com sanções e resoluções, mas fracassaram", disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad em uma transmissão na televisão ao vivo. "Nosso caminho nuclear continuará". A TV iraniana Al Alam, no entanto, disse que o governo encaminhou uma carta à chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, demonstrando prontidão para "manter novas conversações sobre seu programa nuclear de forma construtiva". Uma porta-voz de Ashton confirmou o recebimento da carta, dizendo que ela estava avaliando o documento e conversaria com Estados Unidos, Rússia, China e outras grandes potências parceiras. Autoridades iranianas se recusaram por muito tempo a negociar a imposição de limites ao programa do país, dizendo que ele tem como finalidade apenas produzir eletricidade para atender à demanda interna no país, segundo maior exportador de petróleo da Opep.

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As conversações mais recentes entre as potências mundiais e o Irã entraram em colapso em janeiro de 2011, quando os participantes foram incapazes de concordar com uma agenda comum. EUA e Israel não descartam a possibilidade de ação militar contra o Irã, caso a diplomacia e as sanções sejam consideradas inúteis para conter a atividade nuclear no país. Petróleo O Ministério do Petróleo do Irã negou informações divulgadas pela mídia estatal iraniana de que havia interrompido suas exportações de petróleo para seis países europeus nesta quarta-feira. "Negamos essa informação. Se tal decisão for tomada, será anunciada pelo Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã", disse um porta-voz do ministério à Reuters. A emissora iraniana em língua inglesa Press TV informara mais cedo que Teerã interrompera as exportações de petróleo para França, Portugal, Itália, Grécia, Holanda e Espanha.