O presidente Mahmoud Ahmadinejad anunciou ontem que o Irã terá uma nova geração de centrífugas de enriquecimento de urânio ultramodernas, que eventuais novas sanções da ONU não conseguirão deter os avanços do programa atômico iraniano.
O anúncio, feito na celebração do Dia Nacional da Tecnologia Nuclear do Irã, surge em meio a crescentes pressões dos Estados Unidos para impor mais medidas punitivas contra Teerã e às vésperas de uma cúpula sobre segurança nuclear, na próxima semana, em Washington.
Os EUA disseram que as declarações de Ahmadinejad provam as "intenções malignas do programa nuclear iraniano, suspeito pelas potências ocidentais de visar a fabricação da bomba atômica. Teerã nega e diz que, na condição de signatário do Tratado de Não Proliferação, tem direito de enriquecer urânio para fins pacíficos.
A maquete do novo modelo de centrífuga foi apresentada por Ahmadinejad durante cerimônia em Teerã com presença de dezenas de dignitários e engenheiros. "A política nuclear iraniana é irreversível. Queiram os seus inimigos ou não, o Irã é um Estado nuclear, disse Ahmadinejad na celebração. "As ameaças internacionais apenas reforçarão a (nossa) determinação.
Segundo Teerã, as novas máquinas podem enriquecer urânio seis vezes mais rápido que as atuais o material é purificado na central de Natanz para ser enviado à usina de produção de energia de Bushehr, que será inaugurada em 2011.
As centrífugas iranianas atualmente em operação foram projetadas nos anos 70 e são, segundo especialistas, lentas e sujeitas a frequentes panes.
Não está claro quando as novas centrífugas funcionarão. Analistas questionam a capacidade e os planos nucleares do Irã, que anunciou a construção em breve de 20 novas usinas nucleares e diz ser capaz, caso queira, de produzir urânio enriquecido a 80%, próximo do necessário para a bomba.
Ahmadinejad reiterou ontem que Teerã não quer a bomba por considerar que é algo "desumano e criticou o novo plano nuclear da Casa Branca, que deixou aberta a possibilidade de atacar o Irã.
As potências do Conselho de Segurança da ONU retomam na próxima semana o debate sobre sanções ao Irã. Obama admitiu ontem à tevê ABC que elas podem não funcionar.
"A história mostra que, quando você exerce pressão internacional sobre países como o Irã e a Coreia do Norte, às vezes eles escolhem mudar de comportamento, às vezes não, disse.