Teerã - O governo iraniano entregou ontem às grandes potências uma nova proposta para retomar o diálogo sobre seu programa nuclear. Teerã disse que a oferta visa a paz, envolve "várias questões globais'' e representa "uma nova oportunidade de conversas e cooperação''.
Não foram divulgados detalhes do que o Irã oferece, mas é tido como certo que o país não abrirá mão de enriquecer urânio, o que faz com o objetivo declarado de produzir energia. O presidente Mahmoud Ahmadinejad reiterou na segunda-feira que as discussões sobre o fim do programa nuclear iraniano estão "encerradas''.
Sob o Tratado de Não Proliferação Nuclear, Teerã tem direito de desenvolver um programa atômico civil, desde que em cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
O Ocidente acusa o Irã de pretender enriquecer urânio para abastecer um arsenal atômico e pressiona, mediante sanções econômicas, pelo fim de todas as atividades nucleares iranianas. Os EUA reiteraram ontem que Teerã está prestes a ter a bomba.
A proposta foi entregue em Bruxelas ao chefe da diplomacia da União Europeia, Javier Solana. Ele é encarregado de mediar as conversas entre Teerã e o P5 + 1 grupo que reúne as cinco potências atômicas do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha.
A resposta iraniana foi apresentada 20 dias antes do prazo estabelecido pela Casa Branca para que Teerã volte às conversas visando o fim de seu programa atômico, sob pena de impor mais sanções.
Mas o caráter evasivo da resposta iraniana abre caminho para novas medidas punitivas, que poderiam restringir a compra de combustível pelo Irã embora seja um grande exportador de petróleo, o país importa gasolina, devido à falta de infraestrutura para o refino.