O Irã autorizou o acesso de inspetores nucleares da ONU a um reator em construção, depois de bloquear as visitas durante um ano, e permitiu que eles ampliem o monitoramento em outra instalação antes de um crucial relatório a respeito do programa atômico iraniano.

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Diplomatas disseram que Teerã autorizou na semana passada a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) no reator de água pesada de Arak, para comprovar seu caráter pacífico.

Os diplomatas disseram também que haverá mais monitoramento na usina de enriquecimento de urânio de Natanz. A AIEA deve apresentar na semana que vem seu novo relatório sobre o Irã.

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Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha devem tentar convencer Rússia e China, numa reunião em 2 de setembro, a avaliarem uma quarta rodada de sanções ao Irã, e o novo relatório da AIEA serviria de base para essas discussões.

"Devemos saudar todos os esforços do Irã, porque temos pedido a eles que cooperem com a AIEA, e eles não têm feito isso", disse um diplomata europeu que pediu anonimato.

Essa fonte acrescentou que ainda não está claro se as concessões iranianas são em caráter excepcional.

Outro diplomata ocidental, também sob anonimato, questionou as intenções de Teerã. "Veja isso dentro do contexto. O Irã bloqueia durante um ano e então permite o acesso logo antes de a AIEA divulgar seu relatório."

O embaixador do Irã na AIEA, Ali Ashgar Soltanieh, não foi localizado para comentar. Ele teria dito no dia 18 que o Irã está pronto para negociar com o Ocidente a respeito do seu programa nuclear, mas depois negou ter feito tais comentários.

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O Ocidente acusa o Irã de tentar desenvolver armas nucleares, mas Teerã garante que suas atividades se destinam apenas à geração de eletricidade com fins pacíficos.

A perspectiva de uma negociação se tornou mais distante por causa da crise pós-eleitoral no Irã, que o governo local diz ter sido estimulada pelo Ocidente. Por outro lado, o novo chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, é visto como um moderado aberto ao diálogo.

O Irã diz que o futuro complexo de Arak se destina à produção de isótopos para fins médicos e agrícolas. Potências ocidentais temem, no entanto, que o local possa ser configurado para retirar plutônio de cápsulas usadas de combustível, criando uma fonte alternativa de combustível para armas nucleares em relação à usina de Natanz, que está sob vigilância diária da AIEA.

A AIEA disse em junho que a usina está rapidamente superando a capacidade de monitoramento dos seus funcionários -- especialmente no que tange a verificar que não há desvio de material das atividades civis de enriquecimento.

Naquela época, já havia 5.000 centrífugas refinando urânio, e 2.400 outras estavam sendo instaladas. Essa nova leva já pode estar em atividade em tempo integral, e um número semelhante estaria sendo preparado para a instalação.

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