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Tecnologia nuclear

Irã buscou a bomba atômica, diz agência da ONU em relatório

Imagem de 2008 mostra o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante visita às instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, ao sul de Teerã | Presidência do Irã/AFP
Imagem de 2008 mostra o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, durante visita às instalações de enriquecimento de urânio em Natanz, ao sul de Teerã (Foto: Presidência do Irã/AFP)
Confira o avanço da Irã no desenvolvimento de tecnologia nuclear |

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Confira o avanço da Irã no desenvolvimento de tecnologia nuclear

A agência de energia nuclear da ONU aponta pela primeira vez in­­dícios claros de que o programa nuclear do Irã incluiu atividades com propósitos militares. O aguardado relatório da Agência Interna­­cional de Energia Atômica (AIEA), apresentado ontem, reforça os ar­­gumentos de países que defendem mais pressão sobre o regime do Irã.Em 14 páginas, incluindo um anexo especificamente sobre as "dimensões militares" do programa iraniano, o dossiê detalha testes e aquisição de material e tecnologia que indicam o desenvolvimento de armas atômicas.

"A agência tem sérias preocupações com as possíveis dimensões militares do programa nuclear do Irã", conclui a AIEA, que se ba­­seou em suas inspeções e em dados "confiáveis" fornecidos por outros países.

"A informação mostra que o Irã conduziu atividades relevantes ao desenvolvimento de um artefato explosivo nuclear" antes de 2003, mas que algumas delas "podem ainda estar ocorrendo".

Entre elas, o relatório aponta um programa oculto para produzir material nuclear longe dos inspetores, testes para transformá-lo em uma bomba e a "reengenharia" do míssil de longo alcance Shahab 3, a fim de que ele acomode uma ogiva nuclear.

A agência afirma ter "fortes indicações" de que o Irã foi assistido por um especialista estrangeiro no desenvolvimento de um sistema de detonação que seria destinado a armamento nuclear.

O relatório não cita o nome do especialista, mas o jornal Washing­­ton Post já o havia identificado co­­mo o russo Vyacheslav Dani­­len­­ko, um cientista que trabalhou no pro­­grama de armas atômicas da extinta União Soviética.

Em uma década de inspeções, este é o mais substancial e detalhado dossiê da AIEA sobre as atividades militares do programa nuclear do Irã, que sempre alegou ter apenas fins pacíficos.

Ataque

As novas informações são divulgadas num momento em que voltaram a circular especulações sobre um plano de Israel para atacar instalações nucleares do país.

As evidências foram apresentadas aos 35 membros do conselho de diretores da AIEA, da qual o Brasil faz parte. O conselho se reunirá em dez dias para discutir possíveis respostas, que podem incluir pedido de sanções.

O governo do Irã rejeitou o teor do relatório, acusando-o de ser "desequilibrado, antiprofissional e politicamente motivado", se­­gun­­do as palavras de Ali Asghar Soltanieh, representante do país na agência, com sede em Viena.

O dossiê da AIEA não faz uma estimativa de quanto tempo o Irã precisa para chegar à bomba atômica. Mas oferece claros indícios de que o programa nuclear do país tem a dimensão nuclear que um grupo de países, encabeçados por Israel e EUA, apontam há anos.

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