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O Irã cancelou a libertação da norte-americana Sarah Shourd, detida desde julho de 2009 no país, porque o seu processo judicial ainda não foi concluído, disse o promotor Abbas Jafari Dolatabadi à agência local de notícias Ilna na sexta-feira.

"Como o procedimento legal no caso dela não foi concluído, sua libertação está cancelada", disse ele, contrariando o anúncio anterior do governo de que Shourd seria libertada no sábado, junto com duas outras pessoas de nacionalidade norte-americana, todas acusadas de espionagem.

O porta-voz da chancelaria, Ramin Mehmanparast, disse na sexta-feira que o presidente Mahmoud Ahmadinejad havia intercedido pela libertação de Shourd.

Dolatabadi não disse quando ela deve ser libertada.

"Os relatos (sobre a libertação dela) não podem ser confirmados pelo Judiciário, e é claro que qualquer decisão sobre os suspeitos citados depende da realização do procedimento judicial."

O ministro da Inteligência, Haidar Moslehi, diz que Teerã tem provas sobre a ligação de Sarah Shourd, Shane Bauer e Josh Fattal com serviços de inteligência dos Estados Unidos.

Washington diz que as acusações são infundadas e pede a libertação imediata dos três. As famílias dos presos alegam que eles excursionavam por montanhas no norte do Iraque quando foram detidos.

O Irã havia dito que o trio seria levado a julgamento. Poderiam ser condenados à morte por causa do crime de espionagem, que no entanto não chegou a ser formalmente imputado.

Jornalistas haviam sido convidados a assistir no sábado à entrega oficial de Shourd, no hotel Esteqlal, em Teerã.

O caso complica ainda mais as relações entre Estados Unidos e Irã, que romperam os laços diplomáticos em 1979 e estão envolvidos na disputa em torno do programa nuclear iraniano.

Ahmadinejad disse em fevereiro que três cidadãos poderiam ser libertados em troca de iranianos presos nos Estados Unidos.

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