O regime islâmico do Irã classificou o bombardeio israelense desta sexta-feira (27) na capital do Líbano, Beirute, que matou ao menos duas pessoas, como um “crime de guerra” que teria tido os Estados Unidos como "cúmplices”.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, disse que o ataque foi “um claro crime de guerra” realizado com “bombas doadas pelo regime dos Estados Unidos ao regime sionista”, informou a agência estatal iraniana de notícias IRNA.
“Portanto, o regime dos EUA é, sem dúvida, cúmplice do regime sionista e deve ser responsabilizado”, disse o diplomata iraniano.
Kanani considerou ainda que os contínuos ataques a cidades de Palestina e Líbano mostram que os pedidos de cessar-fogo feitos pelos EUA e por alguns países ocidentais “são um claro engano com o objetivo de ganhar tempo para a continuação dos crimes”.
Antes das declarações do porta-voz, a embaixada iraniana no Líbano disse na rede social X que os atentados desta sexta-feira representam “uma escalada perigosa que muda as regras do jogo”.
A imprensa israelense informou, citando fontes ligadas a forças de segurança que pediram anonimato, que ataque teve como alvo o quartel-general do Hezbollah nos arredores de Beirute e o principal líder desse grupo terrorista, Hassan Nasrallah.
Esse foi o sexto ataque na região desde o início do fogo cruzado entre Israel e Hezbollah, em 8 de outubro de 2023, e o quarto em apenas uma semana.
O Irã é um dos principais aliados do Líbano e do Hezbollah, e lidera o chamado Eixo de Resistência, uma aliança informal anti-Israel formada por grupos terrorista que atuam no Oriente Médio, incluindo o grupo terrorista palestino Hamas e os Houthis, do Iêmen, entre outras organizações.
Pentágono diz que não foi informado com antecedência sobre ataque de Israel
Por sua vez, os EUA, por meio do Pentágono, disseram nesta sexta-feira que não foram informados com antecedência sobre o bombardeio israelense que atingiu a região ao sul de Beirute conhecida como Dahye, onde as duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas.
“Não recebemos nenhum aviso prévio”, disse a porta-voz adjunta do Pentágono, Sabrina Singh, em uma entrevista coletiva na qual negou que os EUA estivessem envolvidos na operação israelense.
O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, conversou com o ministro das Relações Exteriores israelense, Yoav Gallant, nesta sexta-feira.
Singh não deu detalhes da conversa ou se o alvo dos ataques israelenses era de fato o chefe do Hezbollah, Nasrallah, ou se ele foi atingido.