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Irã condena à morte ativista pelos direitos das mulheres sob acusação de "rebelião contra o Estado”
Mulheres em frente a um pôster do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e do líder morto do Hezbollah, Hassan Nasrallah, durante manifestação anti-Israel em Teerã| Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

A justiça do regime islâmico do Irã condenou à morte a ativista curda Varishe Moradi, defensora dos direitos das mulheres no país, sob a acusação de "rebelião armada contra o Estado".

A sentença foi anunciada neste domingo (10), após ser proferida pela seção 15 do Tribunal Revolucionário de Teerã. Moradi, que se encontra detida na prisão de Evin, em Teerã, desde agosto de 2023, foi presa pelas autoridades islâmicas enquanto viajava entre as cidades de Marivan e Sanandaj, no norte do país.

A condenação de Moradi foi divulgada pelo perfil no X da ativista iraniana e vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, Narges Mohammadi, que é gerido por sua família, já que ela também está detida no Irã.

“Varishe Moradi, uma ativista política curda e defensora dos direitos das mulheres, foi condenada à morte sob a acusação de rebelião”, escreveu a conta de Mohammadi, destacando que a ativista havia realizado uma recente greve de fome de 20 dias em protesto contra as execuções de outros defensores dos direitos humanos no país.

Segundo informações, a decisão final sobre o caso de Moradi ocorreu no dia 6 de outubro, e a sentença foi formalmente notificada aos seus advogados neste domingo. A explicação exata para a acusação de "rebelião armada" contra a ativista não foi detalhada pela justiça iraniana.

A condenação de Moradi faz parte de uma repressão contínua às manifestações e atividades políticas contra o regime iraniano. O regime islâmico, que historicamente desrespeita os direitos das mulheres, tem intensificado sua perseguição a ativistas e opositores políticos nos últimos anos, principalmente após os protestos que eclodiram com a morte de Mahsa Amini, assassinada por não usar o Hijab, ou véu, corretamente.

Em outubro Moradi e Mohammadi integraram o grupo de prisioneiras que tiveram suas penas ampliadas em mais seis meses de detenção após protestarem contra a execução de um detento, condenado à morte por protestos contra o regime islâmico.

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