O Irã condenou o plano do presidente eleito Jair Bolsonaro de transferir a embaixada brasileira de Tel-Aviv para Jerusalém. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Bahram Ghasemi, disse nesta segunda-feira que tal medida "não vai ajudar a paz, a estabilidade, a segurança e a recuperação dos direitos do povo palestino". Ele acrescentou, porém, que "as relações com o Brasil eventualmente continuarão".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que está visitando o Brasil, disse neste domingo que era uma questão de tempo para que o Brasil transfira sua embaixada para Jerusalém.
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Bolsonaro indicou no mês passado que pretendia transferir a embaixada, o que gerou ameaças de boicote a produtos brasileiros por parte de estados árabes. A Liga Árabe declarou, na ocasião, que se o plano for mantido, a região tomará as "medidas políticas, diplomáticas e econômicas necessárias" diante de um ato considerado como "ilegal".
A transferência da embaixada é um gesto de reconhecimento da cidade sagrada como capital do Estado de Israel, questão que divide árabes e israelenses no conflito no Oriente Médio, além da própria comunidade internacional. Os palestinos reivindicam a porção oriental da cidade como capital de seu futuro Estado, mas os israelenses a consideram indivisível.
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Pelo plano de partilha da Palestina, de 1947, a cidade deveria ter status internacional, mas Israel tomou a parte ocidental na guerra de 1948. Anexada pela Jordânia, a porção do Oriente de Jerusalém foi ocupada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967.
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Atualmente, a maior parte dos países mantêm embaixadas em Tel Aviv. Os EUA fizeram a mudança de sua embaixada para Jerusalém em maio deste ano, gerando protestos. A Austrália anunciou neste mês que o país irá reconhecer formalmente Jerusalém como a capital de Israel, mas indicou que a mudança de endereço da embaixada só ocorrerá quando for alcançado um acordo de paz na região.
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