Pelos menos 29 pessoas, entre elas comandantes do corpo de elite da Guarda Revolucionária Iraniana, morreram neste domingo (18) na província de Sistan-Baluchestan, em um dos ataques mais ousados contra a mais poderosa instituição militar do Irã. As primeiras informações apontavam para 20 mortos.
O atentado ocorre num momento em que autoridades iranianas estão prestes a se reunir com representantes de países ocidentais, num delicado segundo turno de negociações, em Viena, para tentar resolver o impasse com o Ocidente sobre as ambições nucleares do Irã.
A mídia estatal diz que o grupo rebelde local, chamado Jundollah (Soldados de Deus) assumiu a responsabilidade pelo ataque, o pior dos últimos anos contra a Guarda Revolucionária, que ainda feriu outras 28 pessoas em uma reunião de chefes tribais.
"O grupo terrorista de Rigi assumiu a responsabilidade pelo ataque," assinalou a imprensa, referindo-se a Abdolmalek Rigi, líder do Jundollah, que alguns analistas dizem estar ligado ao movimento Talibã do vizinho Paquistão.
Mas a Guarda apontou para "elementos estrangeiros" ligados aos Estados Unidos. O governo iraniano acusa os EUA de apoiarem o Jundollah para criar instabilidade no país, alegação negada por Washington. A TV estatal também pôs a culpa na Grã-Bretanha, outro tradicional inimigo do Irã.
A Guarda Revolucionária do Irã é uma força de elite vista como ferozmente leal ao líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei. Seu poder e recursos cresceram nos últimos anos. A Guarda é a responsável pela segurança em áreas sensíveis da fronteira.
O atentado e as alegações de envolvimento estrangeiro podem prejudicar as conversações sobre a questão nuclear, em Viena, envolvendo representantes do Irã, EUA, Rússia e França.
"O agressor detonou explosivos amarrados a seu corpo, durante uma reunião de líderes tribais", informou a manchete da emissora estatal Press TV, que transmite em inglês, acrescentando que civis e líderes tribais estão entre as vítimas.
A emissora IRIB afirmou que o ataque ocorreu pela manhã nos portões de um salão de conferências na cidade Sarbaz, em Sistan-Baluquistão. Essa província é cenário de confrontos frequentes entre forças de segurança, rebeldes sunitas e traficantes de drogas.
Dois dos comandantes que morreram eram o subchefe das forças terrestres da Guarda, general Nourali Shoushtari, e o comandante da Guarda na província de Sistan-Baluquistão, general Mohammadzadeh, informaram agências de notícias. Shoushtari era também um alto dirigente da Qods, força de elite da Guarda.
Citando autoridades e especialistas, um apresentador da Press TV disse que "o dedo da acusação é apontado diretamente para o grupo Jundollah", referindo-se aos insurgentes sunitas da etnia baluque, responsabilizados por atentados anteriores na região.
A Guarda Revolucionária apontou envolvimento dos EUA. "Certamente elementos estrangeiros, especialmente aqueles ligados à arrogância global, estiveram envolvidos neste ataque", afirmou um comunicado da Guarda citado pela televisão. O Irã frequentemente usa a expressão "arrogância global" para referir-se aos EUA, seu antigo inimigo.
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