O Irã confirmou nesta terça-feira que algumas empresas estão se recusando a abastecer com combustível seus aviões nos aeroportos europeus e disse que iria retaliar se essa situação persistir.
O governo iraniano vinha minimizando o impacto das sanções internacionais adotadas contra o país por causa de seu programa nuclear - as quais foram intensificadas em junho - e anteriormente havia dito que as informações de que companhias aéreas do Irã estavam tendo problemas para se reabastecer no exterior não passavam de "guerra psicológica".
Mas, ao ser indagado sobre a questão em uma conferência neste fim de semana, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, disse: "Infelizmente, algumas empresas ocidentais adotaram políticas inadequadas."
"Nosso conselho a seus governos é que não atuem contra os regulamentos e mesmo (seguindo) aquela resolução ilegal", disse ele, referindo-se às sanções adotadas pela ONU com o objetivo de pressionar o Irã sobre seu programa nuclear.
A Royal Dutch Shell foi uma das primeiras a decidir não renovar seus contratos de suprimento de combustível para a Iran Air, disse uma fonte do setor em julho.
Depois disso, outras empresas foram citadas em novos relatórios sobre corte de suprimentos para a companhia aérea iraniana.
"A continuidade dessa atitude por parte dessas empresas vai pôr em perigo seus interesses... além disso, nós não vamos tolerar isso, e vamos confrontá-las", disse Mehmanparast.
Ele não especificou que tipo de retaliação poderia ser adotada.
O Irã vem sendo atingido por uma nova onda de sanções internacionais contra suas atividades de enriquecimento de urânio. Os EUA e seus aliados europeus temem que o país esteja tentando construir uma bomba atômica, usando como fachada um programa nuclear com finalidades civis.
O Irã diz que precisa da energia nuclear para gerar energia e não está buscando armas atômicas.