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Algumas jovens sem véu em um parque em Teerã, no dia 11 de maio de 2023.
Algumas jovens sem véu em um parque em Teerã, no dia 11 de maio de 2023.| Foto: EFE / Jaime León

O Parlamento do Irã está analisando uma nova lei para reimpor o uso do véu, que estipula que as mulheres que não pagarem multas por não cobrirem seus cabelos terão seus serviços bancários cortados, entre outras medidas.

A nova lei "Hijab e Castidade" já foi aprovada pelo gabinete do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, e se concentra principalmente em penalidades financeiras na forma de multas e confisco de veículos contra mulheres que não usam o véu, informou nesta quinta-feira (25) o jornal Iran Front Page.

O projeto de lei está agora no Parlamento que deve decidir se aprovará a lei.

Multa e bloqueio

Muitas mulheres iranianas deixaram de usar o véu islâmico obrigatório como forma de protesto e desobediência civil desde a morte, em setembro de 2022, de Mahsa Amini, depois que ela foi presa por usar o hijab incorretamente.

A morte de Amini provocou fortes manifestações, principalmente de jovens e mulheres, que desapareceram após uma forte repressão estatal que resultou em 500 mortes.

Para reimpor o uso do véu, a nova lei estabelece multas equivalentes a R$ 97, que aumentariam para R$ 257 no caso de três reincidências.

Se a mulher penalizada por não usar o véu não pagar dentro de um mês, a multa será dobrada, e o Banco Central será instruído a cobrar o valor diretamente da conta bancária da pessoa em questão.

"Se não for possível cobrar a multa, a pessoa não terá acesso a serviços bancários até que ela seja quitada", segundo o Iran Front Page.

Se todas essas medidas não funcionarem, serão apresentadas acusações na Justiça contra os infratores da lei.

Medidas contra celebridades

A lei também proíbe as celebridades de se apresentarem ou participarem de atividades públicas que "propaguem" o não uso do véu.

Nos últimos meses, várias atrizes apareceram em público sem o hijab ou publicaram imagens descobertas nas mídias sociais, o que levou a prisões e acusações legais contra elas.

O último caso conhecido foi o das artistas Pantea Bahram e Katayoun Riahi, que foram acusadas em abril pelo "crime de remover o hijab em público e disseminar imagens no ciberespaço".

Além disso, a lei proíbe o público de "aconselhar, insultar, agredir, atacar ou violar a privacidade de mulheres sem véu", de acordo com o portal de notícias Iran Front Page.

Em 15 de abril, a polícia iraniana começou a visar mais uma vez as mulheres sem véu, usando câmeras para identificá-las e fechando estabelecimentos comerciais que atendem a cidadãs sem véu.

Além disso, as autoridades colocaram guardas nos portões do metrô e das universidades de Teerã para garantir que as mulheres entrem cobertas e para advertir aquelas que não estão.

Do lado de dentro, muitas mulheres optam por retirar seus véus, disseram à Agência EFE fontes dos estabelecimentos de ensino.

No entanto, muitas mulheres continuam a andar sem véu nas ruas de Teerã.

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