O Irã disse que as negociações nucleares com as potências mundiais foram um "passo positivo", depois de dois dias de reuniões que terminaram na quarta-feira (27) em Almaty, no Cazaquistão.
Em um comunicado, o Irã declarou que negociações com especialistas dos dois lados seriam realizadas em Istambul em 18 de março, além de uma outra rodada de negociações políticas entre 5 e 6 de abril.
O negociador-chefe para assuntos nucleares do Irã, Saeed Jalili, indicou que o país poderia discutir sua produção de combustível nuclear enriquecido a uma concentração físsil de 20%, o que preocupa muito o Ocidente, mas pareceu descartar o fechamento da usina de enriquecimento subterrânea de Fordow, uma exigência das potências.
Em comentários em persa traduzidos para inglês, Saeed Jalili disse em uma entrevista à imprensa que Fordow está sob a supervisão da agência nuclear da ONU e não há "nenhuma justificativa" para desativá-la.
Questionado sobre a produção de combustível enriquecido em 20 por cento, um passo técnico relativamente curto para se obter material para produção de armas, ele reiterou a posição do Irã de que precisavam disso para um reator de pesquisa e argumentou que o país tem o direito de produzi-lo.
Mas Jalili indicou que o Irã pode estar preparado para discutir a questão: "Isso pode ser discutido nas negociações ... em uma visão para construção de confiança."
O Irã também sugeriu anteriormente que enriquecimento nesse nível poderia ser negociado se recebesse o combustível do exterior. O negociador também quer sanções levantadas.
Jalili disse que as seis potências -Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia e China- reunidas em Almaty tentaram "se aproximar do nosso ponto de vista", o que ele disse ter sido positivo.
O país disse na declaração: "Nós consideramos essas conversas um passo positivo que poderia ser complementado com a adoção de uma abordagem construtiva e positiva e com a tomada de passos recíprocos."