O Irã convidou vários países, entre eles a China e a Rússia, menos os Estados Unidos e a França, a visitar suas instalações nucleares, anunciou ontem à imprensa o porta-voz das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparasrt. "A visita poderá acontecer antes da reunião de Istambul" (no final de janeiro entre o Irã e o grupo 5+1 sobre a questão tema nuclear), afirmou, acrescentando que o convite é "um novo sinal de boa vontade" do Irã e de cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Segundo a imprensa, a carta-convite foi entregue pelo representante do Irã na AIEA, Ali Asghar Soltanieh. A Hungria, um dos países convidados por Teerã para visitas nos dias 15 e 16 de janeiro, na qualidade de presidente da União Europeia, informou que conversaria com os demais membros sobre a questão.
A China confirmou ter sido convidada. "A China recebeu o convite do Irã e continuará seus contatos com o Irã a respeito", declarou, Hong Lei, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.
Reação
O convite do Irã, porém, deixou de fora Grã-Bretanha, França, Alemanha e Estados Unidos, países que mais se opõem ao seu programa nuclear. O convite do Irã é uma surpresa para alguns embaixadores que trabalham no órgão nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) em Viena.
O governo americano afirmou que o convite feito nada mais era do que uma "palhaçada". "Já vimos o Irã fazer essas palhaçadas", disse o porta-voz do departamento de Estado, Philip Crowley, à AFP. "É uma tentativa de dispersar a atenção da falta de respeito do país em relação às obrigações para com a AIEA."
É uma tentativa de mostrar abertura em relação às suas polêmicas atividades atômicas, que, pelas suspeitas do Ocidente, podem ser destinadas à fabricação de bombas nucleares. O Irã diz que seu programa de enriquecimento de urânio tem fins exclusivamente pacíficos.