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Mohammad Javad Zarif, ex-ministro das Relações Exteriores do Irã, culpou nesta segunda-feira (20) os Estados Unidos pelo acidente de helicóptero no noroeste do país no qual morreu o presidente Ebrahim Raisi.
Numa entrevista à televisão estatal, Zarif argumentou que as sanções americanas dificultavam a manutenção do helicóptero.
“Um dos culpados pela tragédia de ontem são os Estados Unidos, devido às suas sanções que impedem o Irã de adquirir peças essenciais para a aviação”, afirmou Zarif na entrevista.
Também morreram no acidente de helicóptero o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian; o governador da província de Azerbaijão Oriental, Malik Rahmati; e o líder das orações de sexta-feira na cidade de Tabriz, Mohammad-Ali Al Hashem.
Dois pilotos da aeronave, um comissário de bordo, o chefe da segurança presidencial e um guarda também perderam a vida.
Segundo informações de agências internacionais, o helicóptero seria um Bell 212, de fabricação americana. O Irã comprou vários helicópteros dos Estados Unidos na década de 1970, devido ao apoio de Washington ao xá (monarca) Mohammad Reza Pahlevi.
Depois da Revolução Islâmica de 1979, que derrubou Pahlevi, o regime dos aiatolás seguiu usando as aeronaves, mas passou a ter dificuldades para conseguir peças de reposição devido às sanções do Ocidente.
Segundo uma reportagem do jornal emiratense The National, o Irã conseguiu pontualmente peças para o Bell 212 dos Estados Unidos em 1986, após negociações para libertação de reféns americanos detidos por grupos apoiados por Teerã no Líbano.
Porém, depois teve de recorrer a redes de contrabando e aliados: em 2011, a Espanha desbaratou um esquema da Venezuela para vender peças do Bell 212 e aeronaves completas para o Irã.
Especialistas ouvidos pela imprensa internacional não descartaram que a idade do helicóptero e que a falta de peças de reposição podem ter colaborado para o acidente, mas destacaram que as condições meteorológicas na região montanhosa de Varzaghan também podem ter contribuído para a queda.
“Se o tempo estiver ruim, o piloto tem algumas escolhas a considerar, e se ele não conseguir superar as condições meteorológicas, deve dar meia-volta ou pousar. Realmente não há soluções técnicas aqui”, disse Simon Sparkes, piloto de testes de helicópteros militares e especialista em aviação, ao The National. (Com Agência EFE)