O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, disse hoje que o Irã deve cumprir o acordo que firmou com Brasil e Turquia mesmo que sofra novas sanções no Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), informou a agência RIA Novosti. Pelo acordo tripartite anunciado na segunda-feira, Teerã enviará urânio pouco enriquecido à Turquia e em troca receberá combustível nuclear para seu reator de pesquisas na capital iraniana.
"Nós somos favoráveis a que o Irã envie a petição (sobre o acordo) à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) o mais rápido possível (...) Isso não deve ser atrapalhado pelas discussões no Conselho de Segurança", disse Lavrov, durante entrevista coletiva ao lado do ministro de Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, em Roma.
O acordo iraniano pode aumentar o controle internacional sobre o programa nuclear do país, reduzindo, em tese, a chance de haver um plano secreto para a produção de armas nucleares. Porém, potências lideradas pelos Estados Unidos afirmaram que o acordo não exclui a possibilidade de uma quarta rodada de sanções ao país. Washington e outros governos temem que o Irã busque secretamente produzir armas nucleares, o que Teerã nega.
Também hoje, a Interfax informou que a primeira usina nuclear iraniana, em Bushehr, deve começar a operar em agosto. A agência atribuiu a informação a Sergei Kirienko, chefe da Agência Atômica Federal da Rússia. Moscou está auxiliando o Irã nessa obra, ação que foi criticada pelos EUA em um período em que o Irã é pressionado internacionalmente para que seja mais transparente com seu programa nuclear.
Diplomatas ocidentais disseram hoje que o rascunho com novas sanções proibiria a Rússia de vender mísseis terra-ar S-300 a Teerã. Moscou já fechou o negócio, mas tem atrasado a entrega por pressão do Ocidente. Caso o texto com novas sanções seja aprovado pelo CS, que tem a Rússia como um dos cinco membros permanentes e com poder de veto, o país teria que desistir do negócio. Diplomatas disseram que em geral há consenso sobre as novas sanções. As informações são da Dow Jones.
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