A saída americana do Iraque deixará um vácuo de poder no Golfo, abrindo caminho para o Irã aumentar sua influência numa região considerada estratégica dos pontos de vista econômico e político. O problema é apontado por analistas e gera preocupação entre os aliados americanos no Golfo.
Abdulaziz Sager, presidente do Centro de Pesquisas do Golfo, afirma que a presença dos EUA na região fortaleceu os países do Golfo Árabe com "quem partilham interesses e têm acordos de segurança. "Essa presença deu a eles [países do Golfo] um senso de estabilidade e segurança devido às capacidades militares americanas." Para Sager, a retirada das tropas americanas fortalecerá a influência dos militares e da inteligência iranianos no Iraque.
A influência crescente do Irã pode não ser uma ameaça direta ao Iraque, mas ser usada pela nação xiita para desafiar seus rivais no Golfo, principalmente os sunitas, e para compensar a perda potencial da aliada Síria, que enfrenta um levante em massa.
O Iraque compartilha uma ligação religiosa com o Irã e ambas as nações expressaram críticas semelhantes a uma crescente pressão regional e internacional para a renúncia do presidente sírio Bashar Assad.
O analista político Sami al-Nisf acredita que o momento da retirada americana do Iraque foi infeliz e apenas complicará a política existente na região e os desafios sectários. "Os americanos deveriam ter ficado [no Iraque] como fizeram na Alemanha e no Japão para que o país não fique totalmente sobre o controle de Teerã", disse Nisf, acrescentando que, "infelizmente, estamos indo nessa direção".
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