O acordo de 2015 reduziu o programa nuclear do Irã, mas o presidente Hassan Rouhani aproveitou o alívio das sanções para acelerar a modernização de suas forças armadas. Dados do Instituto de Pesquisa Para a Paz de Estocolmo (SIPRI) mostram que as despesas militares do país voltaram a subir em 2015 - depois de anos de quedas. Com o fortalecimento da economia, o país aumentou em 25% seus investimentos com defesa entre 2015 e 2017.
A reimposição de tarifas pelos EUA e uma crise econômica aguda que já dava as caras antes mesmo da saída dos EUA do acordo nuclear (conhecido na sigla em inglês como JCPOA - Plano de Ação Conjunto Global) derrubaram mais uma vez as despesas militares. Com uma queda de 9,5%, os investimentos de 2018 foram de US$ 13,2 bilhões - ou 2,7% do PIB.
Sanções internacionais também restringem as importações de armas pelo Irã - o volume foi 3,5% do importado pela Arábia Saudita nos últimos dez anos, para citar um exemplo. Segundo o SIPRI isso é explicado pelos limites de financiamento do Irã devido aos problemas econômicos e também porque, desde 2010, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) restringiu a venda de armas pesadas para o Irã.
Algumas exceções foram feitas, porém. Em 2016, o país comprou quatro sistemas de defesa antiaéreo S-300 da Rússia, a importação mais relevante do Irã desde 2007. Os maiores exportadores de armas para o país são a China, que vendeu 96% do que o Irã comprou entre 2014-2018, e a Rússia.
O Irã tem capacidade de desenvolver e produzir certos tipos de armas de guerra, inclusive mísseis balísticos, mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados. De acordo com o Sipri, isso compensou, até certo ponto, as restrições às importações de armas, mas o nível de performance dessas armas é questionável.
Alguns fatos rápidos sobre o Irã, de acordo com o Índice de Poder de Fogo:
- Pessoal militar estimado: 873 mil
- Pessoal militar ativo: 523 mil
- Aeronaves: 509
- Tanques de combate: 1.634
- Navios: 398
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