Um político iraniano do alto escalão disse ontem que Barack Obama é o candidato preferido por Teerã nas eleições presidenciais dos EUA.
Ali Larijani, porta-voz do Parlamento iraniano, afirmou a repórteres que o governo "tende a apoiar Obama porque ele é mais flexível e racional, mesmo sabendo que a política em relação ao Irã não vá mudar muito". Ele acrescentou: "mas o teste será feito de atos, e não palavras".
Aliado do aiatolá Ali Khameini, líder supremo do Irã, Larijani foi responsável até o ano passado pelas negociações sobre o desmantelamento do programa nuclear do país, que ainda é motivo de sanções econômicas por parte da ONU.
Ele é considerado presidenciável para concorrer contra o presidente Mahmoud Ahmadinejad nas eleições do ano que vem. Larijani também disse que os EUA estão muito ocupados com sua crise econômica para pensar em atacar o Irã.
Prejuízo
Como lidar com o Irã e suas pretensões nucleares têm sido uma das principais questões de política externa destas eleições, o comentário pode prejudicar a campanha democrata.
Os republicanos usam contra o Obama as declarações feitas por ele no início do ano de que, como presidente, irá negociar com o Irã sem pedir pré-condições.
Já a campanha de Obama ganhou pontos esta semana com a declaração de um site ligado à Al-Qaeda que nomeia o "impetuoso" McCain como o melhor candidato.
Iraque
Ainda ontem, o presidente Ahmadinejad pediu que os iraquianos se "mantenham unidos'' contra "os planos dos EUA de provocar tensões em seu país'', segundo a agência de notícias do Irã Isna.
"Os grupos iraquianos podem estabelecer a segurança no Iraque através da unidade e a solidariedade'', disse Ahmadinejad, para quem os EUA "não estão contentes com a situação atual no Iraque e tratam de introduzir tensões e desacordos neste país''.
"Os norte-americanos demonstraram que não se comprometem com nenhum acordo e sacrificarão inclusive seus próprios amigos se assim demandarem seus interesses'', afirmou Ahmadinejad, acrescentando que "para os EUA os sunitas, os xiitas e os curdos são todos iguais''.