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O Irã nunca abandonará seu direito "legal e óbvio" à tecnologia nuclear, disse o ministro do Exterior, Manouchehr Mottaki, nesta terça-feira, acrescentando que o país não tem planos de suspender suas atividades de enriquecimento de urânio.

"As reuniões com potências mundiais e seu comportamento mostram que o direito do Irã de ter tecnologia nuclear pacífica foi aceito por elas... O Irã nunca abandonará seu direito óbvio e legal", disse Mottaki em entrevista coletiva.

As negociações entre o Irã e as potências mundiais sobre um acordo para tranquilizar as preocupações sobre o programa nuclear iraniano começaram na segunda-feira em Viena. Elas deveriam ser retomadas na manhã desta terça-feira, mas o reinício foi atrasado, pois representantes dos Estados Unidos, da França e do Irã realizavam pequenas conferências nos corredores.

A razão para o atraso não estava clara.

A reunião, promovida pela Agência Internacional de Energia Atômica, órgão de fiscalização de energia nuclear da ONU, é a primeira chance de trabalhar em cima das propostas levantadas nas negociações de 1º de outubro em Genebra para quebrar um impasse deflagrado pelas suspeitas de que o programa iraniano de enriquecimento de urânio seja um disfarce para a fabricação de uma bomba.

Mottaki elogiou as negociações. O Irã concordou em Genebra, em princípio, em mandar urânio enriquecido em uma baixa taxa para o exterior para que seja processado em combustível para um reator em Teerã que produz isótopos médicos.

"Vemos desdobramentos importantes nas negociações... a continuação das conversas pode levar a um acordo sobre o fornecimento ao Irã de urânio enriquecido em 20 por cento", disse Mottaki.

"O que queremos é nosso direito baseado no Tratado de Não-Proliferação. Ele diz que os países-membros devem receber fornecimento de combustível nuclear para fins pacíficos por aqueles membros que têm esse combustível", afirmou. O Ocidente acredita que essa medida minimizará os riscos de o Irã refinar urânio numa taxa que pode ser usada numa bomba nuclear.

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