Um dos principais assessores do líder supremo do Irã, disse no sábado (08) que a Turquia precisa repensar radicalmente a sua política sobre a Síria, o escudo antimísseis da OTAN e sua tentativa de promover o secularismo muçulmano no mundo árabe, ou enfrentar problemas com seu próprio povo e seus vizinhos.

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Em uma entrevista à agência de notícias semioficial, Mehr, o conselheiro militar do aiatolá Ali Khamanei, descreveu o convite do primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, para que os países árabes adotem o modelo turco de democracia como "inesperado e inimaginável."

A Turquia e o Irã, os dois maiores países muçulmanos não árabes do Oriente médio, estão disputando uma posição de influência no mundo árabe, que está atravessando a maior mudança desde a queda do Império Otomano, uma rivalidade que estremeceu suas relações.

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"O comportamento do primeiro-ministro turco em relação à Síria e ao Irã está errado e, eu acredito, que eles estão agindo em conformidade com os objetivos da América," disse à Mehr o major-general Yahya Rahim-Safavi.

"Se a Turquia não se distanciar desse comportamento político incomum, verá tanto o povo turco se afastar dela, quanto os países vizinhos da Síria, Iraque e Irã repensando suas relações políticas.

Khamenei tem chamado as revoltas árabes de "Despertar Islâmico" prevendo que os povos do Oriente Médio, que derrubaram os regimes ditatoriais, apoiados pelo ocidente, seguirão o caminho que o Irã tomou depois da Revolução Islâmica de 1979.

Os analistas dizem que as revoltas foram, geralmente, de natureza secular.

"Acho que os turcos estão trilhando um caminho errado. Pode muito bem ser o caminho trilhado para eles pelos americanos," disse Rahim-Safavi.

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Mas foi a decisão da Turquia de autorizar o posicionamento de um sistema de alarme antimísseis da OTAN que mais irritou Teerã, que vê isso como uma manobra dos EUA para proteger Israel de qualquer contra-ataque, caso o país resolva atacar as instalações nucleares do Irã.

"Se os líderes políticos turcos não conseguirem deixar claras a sua política externa e sua ligação com o Irã, eles terão problemas. Se, como eles dizem, pretendem aumentar o volume de negócios com o Irã, eles terão que, em última análise, favorecer o Irã," disse Rahim-Safavi.