O Irã rejeitou ontem e classificou como “inaceitável” a demanda do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para que os iranianos congelem suas atividades nucleares por 10 anos. O governo iraniano, no entanto, disse que vai dar continuidade às conversas para se chegar a um acordo, afirmou a agência de notícias semioficial Fars.
O Irã expôs sua posição enquanto os chanceleres norte-americano e iraniano se reuniam para um segundo dia de negociações. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticava duramente o acordo nuclear em sua viagem aos EUA.
O chanceler iraniano, Mohammed Javad Zarif, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se encontraram um dia depois de Obama ter dito que o Irã deve se comprometer com uma interrupção verificável de ao menos 10 anos para que um acordo pudesse ser firmado.
“O Irã não vai aceitar demandas excessivas e ilógicas”, disse Zarif. “O posicionamento de Obama é expressado em frases ameaçadoras e inaceitáveis”. As conversas com Kerry, na Suíça, continuam.
O objetivo das negociações é persuadir o Irã a restringir seu programa nuclear em troca de um alívio nas sanções que prejudicam a economia do país.
Os EUA e alguns de seus aliados, notadamente Israel, suspeitam que o Irã esteja usando seu programa nuclear civil para desenvolver armamentos. O Irã nega a acusação, alegando possuir propósitos pacíficos.
“Pesadelo nuclear”
Em discurso no Congresso dos EUA, Benjamin Netanyahu disse que um acordo representaria uma “contagem regressiva para um potencial pesadelo nuclear” promovido por um país que “sempre será um inimigo da América”.
“Esse acordo não vai prevenir o Irã de desenvolver armas nucleares. Vai, sim, garantir ao Irã de que vai conseguir chegar a tais armas nucleares, muitas delas”, disse o israelense em um discurso de 39 minutos.
O governo iraniano classificou o discurso de Netanyahu de “chato e repetitivo”, segundo a agência estatal de notícias Irna.“O discurso de hoje do primeiro-ministro do regime sionista foi chato e repetitivo e parte da campanha eleitoral dos radicais em Tel Aviv”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Marzieh Afkham.