O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei| Foto: EFE/EPA/IRAN SUPREME LEADER OFFICE
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O regime islâmico do Irã mudará sua política nuclear e sua doutrina nuclear se enfrentar “uma ameaça existencial”, disse Kamal Kharrazi, ex-ministro das Relações Exteriores do Irã e atual assessor do líder supremo, o aitolá Ali Khamenei, em entrevista ao canal de televisão libanês Al Mayadeen nesta sexta-feira (1º).

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“Essa política, de mudar a doutrina nuclear, é uma proposta. Caso o Irã enfrente uma ameaça existencial, mudaremos essa doutrina”, declarou Kharrazi, uma aparente referência a uma proposta do Parlamento iraniano para mudar sua abordagem, que até agora tem sido oficialmente contra o desenvolvimento de armas nucleares.

“Temos todas as capacidades técnicas para produzir armas nucleares e não temos nenhum problema com isso, mas a fatwa (decisão islâmica) do Líder da Revolução impede isso”, lembrou Kharrazi, referindo-se à decisão explícita de Khamenei, anos atrás, contra o desenvolvimento de armas nucleares.

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Em sua entrevista, Kharrazi denunciou que, por enquanto, o Irã “cumpriu” seus compromissos com a condição de que o outro lado também o fizesse, “mas infelizmente eles não cumprem seus compromissos e, em vez de negociações, continuam com as sanções contra a República Islâmica do Irã”.

Essas palavras coincidem com o endurecimento do tom das autoridades iranianas contra Israel nos últimos dias, quando vários porta-vozes garantiram que responderão com “ferocidade” a retaliação israelense realizada na última sexta-feira (25) contra alvos militares que causou cinco mortes.

Kharrazi também afirmou que a República Islâmica responderá “à agressão israelense” contra seu país “no momento apropriado e da maneira apropriada”.

Embora as reações iniciais ao ataque israelense com mísseis tenham sido cautelosas, isso mudou nos últimos dias, com Teerã agora insistindo que é certo que responderá a Israel.

Os ataques de Israel na última semana, uma resposta ao bombardeio do Irã com cerca de 180 mísseis em 1º de outubro, o que, por sua vez, foi uma retaliação as eliminações dos líderes terroristas dos grupos, Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, e Ismail Haniyeh, do Hamas, em em Teerã no mês de julho, um ataque pelo qual Israel não se responsabilizou.

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