Os programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte representam as maiores ameaças à paz mundial e podem provocar uma corrida por armas atômicas entre seus vizinhos, disse nesta quarta-feira o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier.
- Estas duas provocações podem despertar o desejo por armas nucleares entres seus vizinhos. Temos que impedir isso, e é por isso que não estamos no final deste conflito, mas sim no começo - disse o ministro, em entrevista à revista semanal alemã "Stern".
Alemanha, França e Grã-Bretanha estão preparando uma proposta de resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para impor sanções contra o Irã devido à sua recusa de encerrar seu programa de enriquecimento de urânio. O Ocidente teme que as atividades de enriquecimento do país sejam destinadas ao desenvolvimento de armas atômicas.
O Conselho de Segurança já impôs sanções contra a Coréia do Norte, que realizou um teste nuclear no dia 9 de outubro.
No entanto, o chanceler russo, Sergei Lavrov, em comentários divulgados pela agência RIA News, rejeitou a afirmação de que o Irã represente uma ameaça à paz mundial.
- É necessário agir no tema do Irã, mas a ação deve ser proporcionalmente direta ao que está realmente acontecendo - disse Lavrov, segundo a agência de notícias. - E o que está acontecendo é o que a AIEA (a agência nuclear da ONU) nos reporta. E a AIEA não está relatando a presença de uma ameaça à paz e à segurança - acrescentou.
Em junho, Rússia e China se juntaram a França, Grã-Bretanha e Alemanha, além dos Estados Unidos, na oferta de incentivos econômicos e políticos ao Irã em troca da suspensão dos trabalhos de enriquecimento de urânio.
Mas o Irã, que afirma que suas ambições nucleares são limitadas à geração pacífica de energia, recusa-se a suspender o processamento de urânio.
Steinmeier reiterou que os incentivos continuam sobre a mesa e "prometeu ao país uma saída para o seu isolamento".
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