Países ocidentais presentes no Conselho de Segurança da ONU acusaram na quinta-feira (20) o Irã de fornecer armas ao governo da Síria, que há 18 meses reprime com violência uma rebelião contra o presidente Bashar al Assad. "As exportações de armas ao homicida regime de Assad na Síria são motivo de especial preocupação", disse a embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, durante uma reunião que discutia as sanções em vigor contra o Irã.

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Ela citou um relatório do comitê de sanções do Conselho de Segurança, de maio de 2012, segundo o qual a Síria havia se tornado "parte central das transferências ilícitas de armas do Irã". Por causa das sanções da ONU contra o seu programa nuclear, o Irã está proibido de comercializar armas.

Rice disse que "os Estados da região devem trabalhar juntos e redobrar seus esforços para negar, inspecionar e apreender carregamentos iranianos ilícitos, inclusive transferências via corredores aéreos". Ela não citou nenhum país nominalmente, mas aparentemente se referia ao Iraque, que na quinta-feira negou um relatório ocidental de inteligência segundo o qual aviões iranianos haviam levado armas e pessoal militar para a Síria atravessando o espaço aéreo iraquiano.

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Esse relatório, revelado na quarta-feira (19) pela Reuters, dizia que a Guarda Revolucionária iraniana havia organizado os envios de armas e de pessoal para ajudar Assad, um dos principais aliados de Teerã no mundo árabe.

As suspeitas de que o Iraque autorizou pelo menos informalmente o Irã a transportar armas por seu espaço aéreo não são novidade, mas o relatório ao qual a Reuters teve acesso nesta semana chama a atenção para o volume e o caráter sistemático dessas supostas operações, que teriam envolvido um acordo entre líderes do Iraque e do Irã.

Os embaixadores da Grã-Bretanha e da Alemanha no Conselho também criticaram o Irã. Já Rússia e China, que sistematicamente vetam qualquer resolução do Conselho que possa pressionar Assad, não mencionaram as acusações de tráfico de armas do Irã para Damasco.

Os países ocidentais do Conselho também disseram que o Irã continua aperfeiçoando seu programa nuclear, sem tomar medidas que esclareçam as suspeitas sobre o desenvolvimento de armas atômicas. Teerã insiste no caráter pacífico do seu programa nuclear.

O colombiano Néstor Osório, presidente do Conselho de Segurança neste mês, disse que continua recebendo relatos sobre a implementação das quatro rodadas de sanções da ONU ao Irã. Ele disse que os Emirados Árabes Unidos pediram ajuda de especialistas da ONU para investigar itens suspeitos confiscados a caminho do Irã, informados em maio ao comitê de sanções.

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Nesta semana, diplomatas disseram à Reuters que os Emirados e o Barein estão entre os países que notificaram o comitê de sanções sobre o confisco de material com possível finalidade militar.