O Irã se disse disposto na terça-feira (26) a fazer concessões às grandes potências acerca do seu programa nuclear, depois de os EUA proporem um alívio limitado nas sanções em troca da suspensão das atividades iranianas mais controversas.

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Essa foi a primeira reunião em oito meses entre o Irã e seis grandes potências mundiais, e nesse período a República Islâmica expandiu as atividades que o Ocidente suspeita que possam levar ao desenvolvimento de armas nucleares --algo que Teerã nega.

As negociações em Almaty, que se seguem a encontros inconclusivos no ano passado em Istambul, Bagdá e Moscou, devem ir até quarta-feira (27).

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Mas, num momento em que a elite política iraniana está preocupada com as disputas que antecedem à eleição presidencial de junho no país, poucos acreditam que a reunião resultará em alguma solução para o impasse, que já se arrasta há uma década.

"Está claro que ninguém espera ir embora de Almaty com um acordo totalmente concluído", disse um porta-voz de Catherine Ashton, chefe de política externa da União Europeia e representante das potências mundiais no contato com o Irã.

Uma fonte dos EUA disse na segunda-feira que a oferta atualizada das potências ao Irã - uma versão modificada da proposta rejeitada no ano passado por Teerã - leva em conta os recentes avanços nucleares do país, mas também "dá alguns passos na arena das sanções".

Isso, segundo a fonte, diria respeito a algumas preocupações do Irã, mas não atenderia à principal exigência do país - a suspensão de todas as sanções.

Em Almaty, uma fonte próxima aos negociadores iranianos disse na terça-feira que o país vai apresentar uma contraproposta.

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"Dependendo da proposta que recebermos do outro lado, vamos apresentar nossa própria proposta com o mesmo peso", disse a fonte a jornalistas. "A continuação do diálogo depende de como esse intercâmbio de propostas avançar."

Na melhor das hipóteses, dizem diplomatas e analistas, o Irã irá levar a sério a oferta feita por EUA, França, Alemanha, Grã-Bretanha, Rússia e China, e aceitará realizar em breve uma nova rodada de discussões sobre medidas práticas que atenuem a tensão.

Mas o Irã insiste que não irá abrir mão do seu programa nuclear em hipótese alguma. EUA e Israel não descartam uma ação militar contra as instalações nucleares iranianas, o que gera temores de uma nova guerra no Oriente Médio.