O embaixador do Irã na ONU, Ali Bahreini, foi nomeado presidente do Fórum Social do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.
A reunião, iniciada nesta quinta-feira (2), tem duração de dois dias e ocorre em Genebra, na Suíça. O chamado Fórum Social tem o objetivo de melhorar o diálogo entre os governos e grupos da sociedade civil sobre a aplicação de temas relacionados aos Direitos Humanos nos países.
A nomeação ocorre na mesma semana em que uma adolescente, de 17 anos, morreu após ser agredida pela Polícia da Moralidade iraniana por desrespeitar as normas de uso do hijab, o véu islâmico, e da prisão da advogada Nasrin Sotoudeh, detida durante o enterro da vítima.
Sotoudeh recebeu o prêmio Sakharov do Parlamento Europeu, em 2012, pela defesa dos Direitos Humanos no país. Ela já sofreu diversas prisões nos últimos anos.
Em meio aos casos de violações no Irã, os EUA e grupos de Direitos Humanos criticaram a decisão de permitir a liderança de uma reunião da ONU pelo país do Oriente Médio, afirmando que o ato era considerado um "insulto”.
A representante de Washington no conselho formado por 47 membros, Michèle Taylorboy, convocou uma reunião, classificando a nomeação como uma “afronta à consciência coletiva da comunidade global”.
“Qualquer discussão liderada por representantes de um regime que continuamente, e com impunidade, infringe os Direitos Humanos dos seus próprios cidadãos não é apenas infrutífera, mas um insulto aos nossos ideais partilhados”, afirmou.
Como resposta, a representação iraniana nas Nações Unidas rejeitou as alegações de discriminação contra as mulheres.
De acordo com a agência Reuters, a primeira sessão desta quinta-feira (3) contou com pouca participação e muitos assentos vazios, uma forma de boicote à presidência do Irã.
Outras lideranças próximas ao país discursaram durante o encontro, incluindo China, Cuba e Venezuela.