Idas e vindas
Negociação do programa nuclear do Irã envolveu vários países nos últimos anos, inclusive o Brasil.
Out.2009 Em encontro com o grupo P5+1 (China, Rússia, EUA, França, Reino Unido e Alemanha) em Genebra, Irã concorda em enviar 75% de seu urânio pouco enriquecido a Rússia e França, que voltará como combustível para reator médico de Teerã.
Nov.2009 Teerã diz que não enviará urânio para exterior sem garantias de que receberá combustível nuclear em troca.
Fev.2010 Iranianos anunciam produção de urânio a 20%, para uso médico com mais de 90%, cria-se uma bomba atômica. Potências pedem sanções.
Mai.2010 Brasil e Turquia negociam com Irã acordo que prevê o envio do urânio pouco enriquecido a Ancara. Proposta é rejeitada pelas potências.
Nov.2011 Agência da ONU diz que Irã buscou a bomba antes de 2003 e que atividades ainda podem estar ocorrendo.
Fev.2012 Israel faz escalada retórica, com ameaça de ataque ao Irã; Teerã propõe retomada do diálogo com grandes potências.
Março.2012 União Europeia aceita oferta para retomar o diálogo nuclear no âmbito do P5+1.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou ontem estar perto de um acordo pelo qual o Irã permitirá a seus inspetores investigar indícios de que trabalhou na construção de uma bomba nuclear numa base militar.
A declaração surge um dia após encontro em Teerã entre o chefe da AIEA, Yukiya Amano, e autoridades iranianas e reforça o otimismo na véspera de uma reunião política em Bagdá entre o Irã e as grandes potências.
"A decisão de concluir o acordo foi tomada. Posso dizer que será assinado em breve", disse Amano, sem dar mais detalhes.
"Compreendemos melhor as posições um do outro", acrescentou Amano.
O diplomata deixou claro que "divergências" persistem, mas afirmou que o acordo planejado atende a principal preocupação da agência: o acesso dos inspetores da ONU à central militar de Parchin, sul de Teerã.
Em novembro, a AIEA divulgou um relatório, feito com base em agências de espionagem não identificadas, afirmando existir sinais "críveis" de que o Irã testou em Parchin artefatos normalmente usados na fabricação da bomba nuclear.
Desde então, a agência pediu reiteradas vezes para visitar a base, examinar documentos e entrevistar cientistas. Um centro de estudos americano disse há algumas semanas ter obtido imagens de satélite mostrando que o Irã está "limpando" o local.
Teerã nega querer a bomba e diz que só enriquece urânio para fins medicinais e energéticos.
O Irã argumenta em seu favor que Parchin não é uma central nuclear, mas uma instalação militar e, pelos acordos internacionais, não está sujeita a inspeções.
Desconfiança
O governo dos Estados Unidos declarou que o Irã "será julgado" pelos avanços no programa nuclear, mas vê como "um passo a frente" o acordo da República Islâmica com a AIEA.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, confirmou que o governo norte-americano continuará pressionando as autoridades de Teerã a suspenderem as atividades atômicas, com o uso de sanções econômicas contra o país e membros do governo de Mahmoud Ahmadinejad.
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