Teerã Enquanto a tensão que cerca a detenção dos 15 oficiais britânicos pelo Irã começa a diminuir, o Reino Unido afirmou ontem que concorda com o alto oficial iraniano Ali Larijani que a questão pode ser resolvida com "discussões bilaterais para encontrar uma solução diplomática". As declarações de ontem foram os primeiros sinais positivos sobre a resolução da controvérsia, que dura dez dias e causou o corte das relações entre Reino Unido e Irã.
O impasse começou no último dia 23 de março, quando 15 militares britânicos foram detidos por Teerã por terem supostamente entrado ilegalmente nas águas iranianas, acusação que o Reino Unido nega.
O governo britânico, apoiado pelos Estados Unidos, insiste que os militares estavam realizando operações em águas iraquianas quando foram levados para o Irã.
"Estamos estudando as observações do senhor Larijani. Existem algumas diferenças (de postura), mas podemos confirmar que compartilhamos de sua preferência por promover conversações bilaterais para encontrar uma solução", disse ontem um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores britânico.
"Estaremos em contato com as autoridades iranianas na quarta-feira, dado nosso desejo compartilhado de progredir rapidamente" nas discussões sobre o impasse, acrescentou o porta-voz.
Em declarações efetuadas na noite de ontem na cadeia britânica de tevê Canal Quatro, Larijani, secretário do Conselho Supremo da Segurança do Irã, afirmou que a prioridade de Teerã é "resolver (a crise) pela via diplomática".
Ontem, o governo iraniano prometeu parar de divulgar vídeos com imagens dos soldados, enquanto o Reino Unido afirmou que irá discutir maneiras de evitar novos impasses no Golfo Pérsico.
No entanto, Teerã exige que o governo britânico admita o erro, reconhecendo a suposta invasão. O Irã acusa o grupo de militares britânicos de entrar sem permissão em suas águas.
Mais cedo, a tevê estatal de Teerã informou ontem que os militares britânicos detidos por forças iranianas admitiram ter invadido águas territoriais do Irã. No entanto, segundo a Isna, agência de notícias oficial iraniana, o país não exibiria as imagens das supostas confissões devido à "mudança de postura" do Reino Unido no impasse.
O premier britânico, Tony Blair, afirmou que os vídeos são "manipulados" e "não enganam a ninguém", e reiterou que a via diplomática é a "única solução possível" para a crise.