Novos protestos voltaram a encher as ruas no Irã neste sábado (30), em manifestações favoráveis e contrárias à política econômica do governo de Hassan Rowhani. Os protestos começaram na última quarta-feira (27) em Mashhad, a segunda cidade mais populosa do país, e se espalharam por todo o Irã. Desde então, cerca de 50 pessoas já foram detidas.
Os protestos, os maiores no país desde 2009, quando iranianos foram às ruas contra o resultado das eleições, motivaram uma reação do governo, que recebeu críticas do presidente Donald Trump.
"Muitos relatos de protestos pacíficos de cidadãos fartos com a corrupção do governo e o desperdício da riqueza da nação para financiar o terrorismo. O governo iraniano deve respeitar os direitos do seu povo, inclusive o de se expressar", escreveu o americano no Twitter.
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O governo do Irã, que tinha proibido as TVs de exibirem os protestos, contra-atacou. O ministro do Exterior, Bahram Ghasemi, disse que "o povo iraniano não dá crédito às observações enganosas e oportunistas de funcionários dos EUA ou do sr. Trump".
A força do governo Rowhani foi exibida nas manifestações favoráveis deste sábado, que reuniram 4 mil pessoas só em Teerã – a universidade local reuniu 70 estudantes contrários ao governo.
Enquanto os protestos dos dias anteriores criticavam a escassez de recursos, o alto custo de vida e o governo "ditador", as pró-Rowhani bradavam contra os EUA e responsabilizam o boicote imposto ao Irã pelas mazelas enfrentadas pela população.
"Pedimos que não participem de manifestações ilegais. Se quiserem organizar manifestações, devem fazer o pedido e obter autorização", disse o ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli.
A onda de protestos cresceu via redes sociais.
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