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Ameaça nuclear

Irã enriquecerá urânio no exterior

 | Nicholas Kamm/AFP
(Foto: Nicholas Kamm/AFP)

O presidente Mahmoud Ah­­ma­­dinejad disse ontem que o Irã está disposto a aceitar proposta da ONU pela qual Teerã enviaria seu urânio para ser enriquecido em outro país, recebendo em troca combustível nuclear.

A declaração, feita à tevê estatal, surge dois dias depois de jornais americanos terem revelado que os EUA preparam a instalação de um sistema de defesa no golfo Pérsico, em prevenção a um possível ataque balístico do Ir㠖 cujo programa nuclear e mísseis de longo alcance preocupam a região.

Ahmadinejad disse "não ver problema" em repassar ao Oci­­den­­te estoques de urânio com baixo nível de enriquecimento (3,5%) e recuperá-los, "quatro ou cinco me­­ses depois", sob a forma de urânio enriquecido a 20% destinado a alimentar as centrais ira­­nianas.

Até então, Teerã vinha dando respostas evasivas sobre uma proposta costurada pela Agência In­­ternacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, que pretendia conciliar o direito de o Irã ter um programa nuclear civil e o temor de alguns países de que Te­­erã busque em sigilo um arsenal atômico.

Pela proposta, o Irã, que nega querer a bomba, enviaria mais de dois terços de seu estoque de urânio pouco enriquecido para Rús­­sia e França. Nesses países, ele se­­ria enriquecido um pouco mais e moldado para fins medicinais, em nível inadequado para a bomba, que exige 80%. O envio visa garantir que Teerã não teria em mãos quantidade suficiente do material para a arma – que o Irã nega querer.

Países ocidentais haviam in­­terpretado a inicial relutância iraniana como um "não" à pro­­pos­­ta e já manobravam para re­­forçar as sanções econômicas da ONU contra Teerã. Um porta-voz dos EUA disse que o Irã deve conversar com a AIEA se estiver de fato disposto a um acordo nuclear.

Montanhistas

Em outro aceno, Ahmadinejad ofereceu ontem libertar três mon­tanhistas americanos presos em julho, acusados de entrar ilegalmente no Irã, em troca da libertação de 11 iranianos detidos nos EUA. Ahmadinejad disse que há "conversas em curso", mas não ficou claro se ele se referia a contatos en­­­­tre autoridades dos países.

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