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O Irã executou neste sábado (14) o cidadão britânico-iraniano e ex-vice-ministro da Defesa do país, Alireza Akbari, condenado por espionagem para os serviços secretos britânicos.
Na quarta-feira (11), as autoridades judiciais iranianas anunciaram a sentença de morte do ex-vice-ministro, embora não se saiba quando ele foi condenado por "espionagem para o MI6" em troca de "1.805.000 euros, 265.000 libras e US$ 50.000".
Akbari atuou como vice-ministro da Defesa sob a gestão do ex-presidente reformista Mohammed Khatami (1997-2005) e foi preso há três anos.
O Ministério da Inteligência descreveu Akbari como "um dos mais importantes casos de infiltração" da segurança do Irã.
Primeiro-ministro britânico fala em ato "cruel e covarde"
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, declarou neste sábado (14) que ficou "consternado" com a execução de Akbari e considerou o ato "cruel e covarde".
"Foi um ato cruel e covarde, levado a cabo por um regime bárbaro que não respeita os direitos humanos do seu próprio povo", escreveu Sunak no Twitter.
O Irã tem sido acusado de utilizar principalmente prisioneiros de dupla nacionalidade, mas também de outras cidadanias, como medida de pressão ou para a troca de presos com outros países.
Alguns países e organizações de direitos humanos têm chamado este procedimento de "diplomacia dos reféns" do Irã.
Irã acusa Reino Unido de “intervencionismo”
Horas após a execução do ex-vice-ministro da Defesa, o Irã convocou o embaixador britânico em Teerã para protestar contra o que considera "intervencionismo do Reino Unido na segurança nacional iraniana".
"Em resposta às intervenções não convencionais do Reino Unido, incluindo na segurança nacional da República Islâmica do Irã, o embaixador do Reino Unido em Teerã, Simon Shercliff, foi convocado", informou o Ministério das Relações Exteriores iraniano em comunicado.
As autoridades iranianas transmitiram na reunião o protesto "pelos atos de sabotagem contra a segurança nacional (do Irã)" e sublinharam que "o Reino Unido deve ser responsabilizado pelo estabelecimento de comunicações não convencionais que conduziram a um ataque à segurança nacional".
O governo iraniano advertiu o Reino Unido de que "não tolerará ações ilegais e criminosas" no futuro.
"O governo britânico deve aceitar as consequências de continuar com métodos pouco ortodoxos e intervencionistas", afirmou.