O Irã exigiu das potências mundiais o fim do embargo de armas colocado pela ONU contra o país para assinar um acordo final sobre o programa nuclear. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (6) por membros das delegações.
A proposta traz um novo empecilho à negociação a um dia do prazo final para que a República Islâmica e os países do grupo P5+1 -- Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha -- cheguem a um acordo.
Diplomatas ocidentais afirmaram às agências de notícias Reuters e Associated Press que, além do embargo, os iranianos querem o fim das sanções da ONU devido ao programa de construção de mísseis balísticos.
A delegação de Teerã diz que não há motivo para que se relacione a compra de armas e os mísseis ao programa nuclear. O país considera ambas as atividades um direito e critica o Ocidente por querer o fim do programa de mísseis.
Por outro lado, as seis potências não pretendem ceder. Diplomatas ocidentais afirmam que o fim destas sanções está fora de cogitação. O grupo teme que, com as armas e os mísseis, o Irã se torne uma ameaça a seus vizinhos e a Israel.
As potências pressionam para que sejam mantidas as condições do plano de ação divulgado em abril. Nele, os países se comprometiam em retirar apenas as sanções que tivessem relação com o programa nuclear.
O Irã considera ilegais e injustas todas as punições das potências e da ONU contra o país. A República Islâmica afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos e que o desenvolvimento de mísseis é para autodefesa.
Os Estados Unidos defendem o embargo de armas, assim como França, Reino Unido e Alemanha. Para eles, o fim da medida permitiria o Irã interferir em conflitos na Síria e no Iêmen e apoio a grupos como o Hamas e o Hizbullah.
Por outro lado, Rússia e China querem que as restrições sejam levantadas. Os dois países seriam os principais beneficiados pelas compras de armamento feitas pelo Irã caso o embargo fosse retirado.
Negociações
O número de sanções a serem retiradas e o tempo para que isso ocorra são os principais pontos pendentes nas negociações sobre o programa nuclear iraniano.
O Irã e as potências tinham fixado 30 de junho como primeiro prazo para a conclusão do acordo, mas divergências fizeram com que os países prorrogassem as negociações por mais uma semana.
Pelo plano de ação divulgado, Teerã se comprometia a reduzir o enriquecimento de urânio até o padrão suficiente para a produção de energia elétrica e fecharia cinco das seis instalações nucleares do país.
Com isso, receberia em troca o alívio das sanções econômicas e políticas colocadas por Estados Unidos, União Europeia e a ONU.
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