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O governo iraniano suspendeu o credenciamento de uma correspondente do jornal espanhol El País e deu ordens para que se retirasse do Irã dentro de duas semanas, disse o jornal nesta segunda-feira (11).

Angeles Espinosa é uma das poucas correspondentes internacionais que restaram em Teerã e que enfrentam crescentes restrições contra suas atividades e sua liberdade de transitar. A situação tem piorado desde as polêmicas eleições presidenciais no ano passado.

Segundo o El País, Espinosa não recebeu uma explicação oficial, mas a decisão aparentava ter ligações com uma entrevista que ela realizou em julho com o filho do falecido dissidente aiatolá Hossein Ali Montazeri.

Ela foi detida na cidade sagrada de Qom depois de entrevistar Ahmad Montazeri e sua carteira de identificação como jornalista foi confiscada.

Correspondentes internacionais precisam da permissão oficial para viajar para fora de Teerã e são proibidos de deixar o escritório para cobrir manifestações e outros eventos políticos não-oficiais.

Em outro incidente que mostra a sensibilidade do Irã à cobertura jornalística, uma autoridade judicial do país disse nesta segunda-feira que dois estrangeiros foram detidos depois de entrevistar o filho de Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada à morte por apedrejamento, após ser acusada de adultério. A sentença foi recentemente suspensa após pressão internacional.

"Dois estrangeiros que se apresentaram como jornalistas foram presos no Irã", disse o promotor-geral do país Gholamhossein Mohseni-Ejei, segundo a agência oficial de notícias IRNA.

A notícia não esclarece qual é a nacionalidade dos dois estrangeiros, mas o site do diário britânico Guardian disse que eles são jornalistas alemães do semanário Bild am Sonntag.

O El País e o ministro de Relações Exteriores espanhol, Miguel Angel Moratinos, fizeram um apelo às autoridades iranianas para permitir que Espinosa fique no Irã, onde ela já trabalha há cinco anos.

A Federação Internacional de Jornalistas, com sede em Bruxelas, condenou a decisão do Irã de expulsá-la.

"Essa é outra tentativa do regime iraniano de silenciar reportagens independentes de eventos no país", disse Aidan White, secretária-geral da federação.

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