O Irã prometeu apresentar uma nova proposta para resolver o impasse sobre seu programa nuclear na retomada das negociações com os EUA e outras cinco grandes potencias mundiais. Hoje começa em Genebra a primeira reunião desde a eleição do presidente iraniano Hassan Rouhani, em junho do ano passado.
De acordo com o negociador nuclear iraniano Abbas Araghch, a nova proposta tem por objetivo dispersar as dúvidas sobre seu programa nuclear. Embora não tenha oferecido detalhes sobre o assunto, Araghch disse que a República Islâmica deve "entrar em um caminho para conquistar a confiança com o Ocidente."
"No ponto de vista deles, a construção da confiança significa avançar alguns passos no assunto nuclear e em nossa visão a confiança se formará quando as sanções forem suspensas", afirmou Araghchi.
Já o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse que uma nova reunião ministerial com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas mais a Alemanha, grupo conhecido como P5+1, será "necessária" após as negociações em Genebra, na Suíça.
"Espero sermos capazes de criar um roteiro até quarta-feira, mas provavelmente será necessária uma nova reunião ministerial", escreveu Zarif em sua página no Facebook na noite de domingo.
Os EUA e seus parceiros estão agindo com cautela em relação à retomada das negociações com o Irã e insistem que é preciso mais do que palavras para que elas avancem e possam colocar um fim nas sanções internacionais ao país.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a pedir que a comunidade internacional mantenha pressão firme sobre a República Islâmica até que o país interrompa seu programa de enriquecimento de urânio que eventualmente pode ser usado para produzir uma bomba atômica.
Netanyahu afirmou ontem diante do Parlamento de Israel que o Irã está apenas tentando ganhar tempo e fazer com que o mundo retire as sanções contra o país sem fazer qualquer concessão significativa em suas ambições nucleares.
"O Irã está disposto a oferecer pouco e receber muito, se não tudo", afirmou Netanyahu, "Seria um erro histórico reduzir a pressão agora, exatamente quando as sanções estão prestes a garantir seu objetivo."