O ministro de Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, mostrou-se disposto a dar continuidade ao diálogo que o Irã iniciou com os Estados Unidos a respeito do Iraque, se Washington manifestar vontade de "regularizar a situação" no país árabe.

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"Se existir essa vontade, haverá uma segunda rodada de negociações entre os embaixadores do Irã e dos EUA", afirmou Mottaki nesta quarta-feira (30).

Ele disse que seu país "está analisando os resultados da primeira reunião", realizada na segunda-feira (28) em Bagdá.

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O ministro, citado pela agência iraniana "Mehr", reiterou que a República Islâmica "aceitou o diálogo com os EUA porque há necessidade de restabelecer a segurança no Iraque". O Irã tem grande influência sobre a maioria xiita iraquiana.

O embaixador dos EUA em Bagdá, Ryan Crocker, qualificou de "positiva" sua reunião com o colega iraniano, Hassan Kazemi, mas afirmou que não houve avanços relevantes.

Já Kazemi criticou, durante a reunião com Crocker, o fato de as Forças de Segurança iraquianas não serem "capazes de se defender" dos grupos terroristas ativos no país.

Além disso, atribuiu a insegurança e o conflito sectário "à contínua deterioração do quadro, à morte de civis, à destruição da infra-estrutura básica e à falta de uma base de defesa adequada".

O embaixador iraniano falou, ainda, do "limitado controle do Governo iraquiano sobre as forças de segurança, e o desconhecimento, pelas forças estrangeiras, da cultura e das sensibilidades religiosas dos iraquianos".

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Além disso, diferentes autoridades do Irã vêm exigindo, reiteradamente, que os EUA anunciem um calendário para a retirada das tropas do Iraque. O primeiro encontro

Estados Unidos e Irã realizaram na segunda-feira em Bagdá as primeiras conversações oficiais de alto nível depois da ruptura das relações diplomáticas, em 1980.

O embaixador dos Estados Unidos no Iraque, Ryan Crocker, e seu colega iraniano, Hassan Kazemi Qomi, não conseguiram grandes progressos nos pontos discordantes entre os dois países.

Os Estados Unidos, que acusam o Irã de ajudar os grupos extremistas no Iraque com treinamento e armas, esperam uma mudança de atitude por parte dos iranianos antes de pensar em dar continuidade às discussões.

O Irã considera que a saída das tropas americanas do Iraque é uma condição necessária para o restabelecimento da segurança no país vizinho.

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