O Irã fez testes com mísseis neste domingo para mostrar que está preparado para repelir qualquer ameaça militar, quatro dias antes da República Islâmica ter raras conversas com potências mundiais preocupadas com suas ambições nucleares.
As manobras com mísseis coincidem com a escalada da tensão na disputa nuclear do Irã com o Ocidente, após a revelação da semana passada de que Teerã está construindo uma segunda usina de enriquecimento de urânio.
Notícias sobre a instalação nuclear no sul do Irã trouxeram urgência ao encontro crucial em Genebra na quinta-feira entre autoridades iranianas e representantes das seis maiores potências, entre elas os Estados Unidos.
Um funcionário iraniano alertou que "clamores ocidentais fabricados" sobre a nova usina afetariam negativamente as conversas, nas quais os seis países querem que o Irã concorde em abrir suas instalações a inspeções para provar que seu programa almeja energia e não armas nucleares.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse no sábado que a descoberta da usina nuclear secreta mostrou um "padrão perturbador" de evasivas de Teerã que torna mais urgente as conversações da próxima quinta-feira. Obama alertou o Irã na sexta-feira que o país enfrentará "sanções dolorosas" se não jogar limpo.
A mídia iraniana disse que a Guarda Revolucionária lançou pelo menos dois tipos de mísseis de curto alcance no primeiro dia de exercícios neste domingo e testou um lançador de mísseis múltiplo, além de dizer que os mísseis de médio alcance Shahab 1 e 2 seriam testados na noite de domingo.
A rádio estatal disse que a Guarda vai testar na segunda-feira o míssil Shahab 3, que as autoridades iranianas afirmam ter um alcance de cerca de dois mil km, com potencial para atingir Israel e bases norte-americanas no Golfo Pérsico. O míssil foi testado pela última vez em meados de 2008.
A TV estatal mostrou mísseis sendo disparados em um terreno de aparência desértica.