Uma autoridade nuclear iraniana negou a declaração de um parlamentar de Teerã, feita no sábado, de que o país tenha começado a instalação de 3.000 novas centrífugas atômicas para o enriquecimento de urânio - um processo que permite a fabricação de bombas atômicas.

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Hossein Simorgh, chefe de assuntos públicos da Organização de Energia Atômica do Irã, disse que nenhuma centrífuga havia sido instalada na unidade de enriquecimento de urânio de Natanz, segundo a agência de notícias local Irna.

Alaeddin Boroujerdi, chefe do comitê de relações exteriores e segurança nacional do Parlamento, havia dito antes que o Irã iniciara a instalação das centrífugas, usadas para gerar combustível para usinas de energia ou material para bombas atômicas.

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``Nenhuma centrífuga foi instalada na unidade de Natanz'', disse Simorgh, respondendo à declaração de Boroujerdi.

O Conselho de Segurança da ONU impôs sanções ao Irã em 23 de dezembro e deu à República Islâmica 60 dias para suspender o enriquecimento de urânio.

Diplomatas disseram que os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU haviam concluído que o Irã estaria pronto para instalar as centrífugas. Mas eles disseram que o momento da instalação dependeria de uma decisão política.

Políticos moderados do Irã, contrários ao presidente Mahmoud Ahmadinejad, vêm pedindo cautela e mesmo a suspensão do enriquecimento de urânio.

Ahmadinejad vem sendo acusado por críticos por exacerbar o impasse com o Ocidente com seus discursos exaltados, embora a palavra final em políticas nucleares e outras questões de Estado fique com o aiatolá Ali Khamenei, a suprema autoridade do Irã.

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Os Estados Unidos disseram que seria ``um erro de cálculo'' para o Irã acreditar que poderia instalar as 3.000 centrífugas e ainda assim evitar outra resolução da ONU que aumente ainda mais a pressão sobre o país.

Se o Irã colocar as 3.000 máquinas em ação, poderá produzir material suficiente para pelo menos uma ogiva nuclear em um ano. Mas o Irã, quarto maior produtor mundial de petróleo, insiste que seu uso da tecnologia nuclear visa apenas a gerar eletricidade para fins pacíficos.

O Irã já opera duas séries experimentais de 164 centrífugas, que giram a velocidades supersônicas para a purificação de urânio.

As sanções da ONU impostas no mês passado proibiram a transferência de material e tecnologia nuclear para os programas de mísseis do Irã. Os Estados Unidos também impuseram sanções em dois bancos estatais iranianos, aumentando a pressão sobre Teerã.

A República Islâmica anunciou na terça-feira que vai impedir a entrada de 38 inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica, todos cidadãos de países que aprovaram as sanções da ONU. A AIEA pediu que o Irã reavalie sua decisão.

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