Provocação
Líder supremo diz que destruição de Israel é iminente
O líder supremo da República Islâmica do Irã, Ali Khamenei, afirmou ontem que a destruição de Israel é "iminente" e lançou um apelo à "resistência" contra o Estado judeu.
"Estou muito otimista quanto ao futuro da Palestina, e penso que Israel está em declínio", declarou o aiatolá iraniano, na presença do líder do movimento radical palestino Jihad Islâmica, Ramadan Abdallah Challah.
"Com a vontade de Deus, a destruição de Israel será iminente", insistiu, conclamando os muçulmanos a "continuar com a resistência" e a "confiar na vitória".
O Irã não reconhece a existência de Israel e apoia os movimentos radicais palestinos. No fim de janeiro, o líder iraniano disse que o Estado de Israel estava "fadado à destruição".
Em 2005, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que Israel deveria ser "varrido do mapa". Ele ainda qualificou o Holocausto de "mito", suscitando a indignação dos países ocidentais.
A retórica anti-israelense do regime xiita é um dos fatores que elevam a preocupação com o programa nuclear do Irã. Embora não admita abertamente, dá-se por certo que Israel conta com bombas atômicas, e a possível fabricação desse armamento pelo Irã objetivo negado por Ahmadinejad , aliada às iniciativas contra o Estado israelense, poderia elevar a tensão na região.
Autoridades israelenses já classificaram o programa nucelar iraniano como uma "ameaça existencial" para o Estado judeu.
Folhapress, em São Paulo
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, determinou à agência nuclear do país que eleve a 20% o grau de enriquecimento do urânio iraniano. A orientação, transmitida ontem pela tevê estatal iraniana, surge em meio a discussões entre Teerã e o Ocidente sobre uma proposta da Organização das Nações Unidas (ONU) pela qual o Irã exportaria urânio para enriquecimento em outros países.Durante reunião com autoridades iranianas, Ahmadinejad dirigiu-se ao chefe do programa nuclear do Irã, Ali Akbar Salehi, e ordenou que o país comece a enriquecer urânio a um nível mais alto. "Salehi, comece a produçã o (de urânio enriquecido) a 20%", disse o presidente. Ahmadinejad estabeleceu o início da produção para amanhã.
A comunidade internacional teme que o urânio venha a ser utilizado pelo Irã para a produção de armas nucleares. Teerã, no entanto, afirma que seu programa tem fins pacíficos. Atualmente, o Irã usa centrífugas para enriquecer urânio a até 4,5% para uso em sua primeira usina nuclear, que está sendo construída com auxílio da Rússia e que deverá iniciar operações ainda neste ano.Estados Unidos
O pronunciamento de Ahmadinejad coincide com o convite do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, para que a comunidade internacional se una para pressionar o Irã a abandonar seu programa nuclear. Em conversa com jornalistas durante um tour de uma semana pela Europa, Gates afirmou que "se a comunidade internacional se juntar e pressionar o Irã, acredito que ainda há tempo para que as sanções funcionem".
Ele recusou a ser mais específico sobre os tipos de sanções que tem em mente, mas explicou que o foco seria pressionar o governo em Teerã, e não afetar as pessoas. Em seu comentário na tevê estatal, Ahmadinejad disse: "Se Deus quiser, o enriquecimento a 20% começará" para atender às necessidades do Irã.
O Reino Unido também se mostrou preocupado com os planos do Irã. Em pronunciamento divulgado pelo Escritório de Relações Exteriores, em Londres, a porta-voz do Ministério disse que os "relatos de que o Irã está planejando enriquecer parte de seu combustível para o nível de 20% são claramente um motivo de séria preocupação".
O Irã e o Ocidente têm discutido um plano da União Europeia, sob o qual os iranianos exportariam seu urânio pouco enriquecido para que o processo fosse finalizado em outro país. O plano da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês) foi desenhado no início de outubro, em um encontro em Genebra entre o Irã e seis potências do mundo. Foi revisto no fim daquele mês em Viena, durante discussões entre Irã, Estados Unidos, Rússia e França.
Redução de estoque
O encontro de Viena resultou em um rascunho de proposta que tiraria 70% do urânio pouco enriquecido do Irã, com objetivo de reduzir seu estoque do material, evitar maior enriquecimento e, consequentemente, a possibilidade de fabricação de armas nucleares. Esse urânio retornaria um ano depois, refinado de maneira que serviria para reatores de energia, mas não para fabricação de armas.
Ahmadinejad havia sinalizado, na semana passada, uma possível mudança em sua política, dizendo que estaria pronto para exportar urânio para enriquecimento no exterior. Ele chegou a afirmar que o Irã "não teria problemas" com o plano. Os comentários de ontem, entretanto, parecem justificar o ceticismo acerca da possibilidade de que seus comentários de terça-feira iam ao encontro dos líderes mundiais.
Ontem, Ahmadinejad não mencionou seu anúncio anterior sobre o tema, dizendo apenas que o Irã continua preparado para "interação" com o Ocidente a respeito de fornecer combustível para o Irã "sem condições". Mas o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, comentou que o enriquecimento no grau de 20% para utilização nos reatores de Teerã está dentro do direito do país, como um membro da IAEA. O enriquecimento de urânio será conduzido sob a supervisão da IAEA, disse.
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