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O Irã iniciou hoje a produção de urânio enriquecido a 20% na usina atômica de Natanz, anunciou Ali Akbar Salehi, vice-presidente da república islâmica e chefe do programa nuclear do país. "A partir de hoje iniciamos o enriquecimento a 20% em uma cascata separada em Natanz", declarou hoje, citado pela Agência de Notícias da República Islâmica.

Em Viena, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU), informou que seus inspetores estão a postos em Teerã para monitorar o processo de enriquecimento promovido pelo Irã.

Horas antes, numa entrevista à TV estatal iraniana, Salehi afirmou que Teerã interromperá o enriquecimento de urânio quando outras potências fornecerem combustível nuclear a seu país. No anúncio feito hoje, o vice-presidente iraniano informou que uma cascata de 164 centrífugas está sendo destinada ao processo de enriquecimento.

"Ela (a cascata) pode produzir de 3 quilos a 5 quilos por mês de urânio enriquecido a 20% para o reator de Teerã", afirmou. "É o dobro da nossa necessidade, já que o reator de Teerã precisa de 1,5 quilo" de combustível nuclear, prosseguiu.

Os Estados Unidos e alguns de seus aliados suspeitam que o Irã desenvolva em segredo um programa nuclear bélico. No entanto, o país persa sustenta que seu programa nuclear é civil e tem finalidades pacíficas, estando de acordo com as normas do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual é signatário.

O enriquecimento de urânio é um processo essencial para a geração de combustível utilizado no funcionamento de usinas nucleares. Caso esteja enriquecido a mais de 90%, o urânio pode ser usado em armas atômicas. Antes do processo iniciado hoje, o Irã vinha produzindo havia anos urânio enriquecido a 3,5%, em desafio a três pacotes de sanções aprovados pelo Conselho de Segurança (CS) da ONU.

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