O programa nuclear iraniano voltou a ser destaque no segundo dia de reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o francês Nicolas Sarkozy. Em entrevista ao lado de Sarkozy, Putin afirmou nesta quarta-feira que ele não vê nenhum indício real de que o Irã esteja tentando construir uma arma nuclear. A primeira rodada do encontro, o presidente francês havia afirmado na véspera que ambos concordam que o Irã tem potencial para adquirir armas nucleares.
- Não temos dados que apontem que o Irã está tentando produzir armamentos nucleares. Não temos tais dados objetivos - afirmou Putin.
A França, assim como outras potências ocidentais, apóia uma nova rodada de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra Teerã por causa de suas atividades nucleares, mas o governo russo diz que isso seria contraproducente. A Rússia pode usar seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para barrar a iniciativa.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, contestou nesta quarta-feira a pressão de potências ocidentais contra o Irã. Lavrov afirmou, segundo agências de notícias locais, que seria "irresponsável" tomar medidas abruptas contra o Irã enquanto a AIEA, agência nuclear da ONU, não tiver concluído suas negociações com Teerã.
- Enquanto a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) não informar o que está acontecendo no Irã, enquanto não recebermos essas respostas, seria irresponsável fazer qualquer movimento abrupto - disse Lavrov, segundo a RIA.
A polêmica diplomática envolvendo os planos nucleares do governo Ahmadinejad ganhou destaque recentemente na política francesa depois que o ministro francês das Relações Exteriores fez duras declarações, afirmando que seu país teria de se preparar para a possibilidade de uma guerra contra o Irã. Em resposta, o presidente iraniano disse na ocasião que seu país não leva a sério as advertências francesas.
Embora afirme que a Rússia parte "de uma posição de que o Irã não tem tais planos" de desenvolver armas nucleares, o presidente russo manifestou preocupação com o tema.
- Compartilhamos da preocupação de nossos parceiros de que todos os programas (nucleares) devem ser o mais transparente possível.
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