Relatório divulgado nesta quinta-feira pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) constata que o Irã continua enriquecendo urânio e expandindo suas atividades nucleares, o que desafia a exigência do Conselho de Segurança da ONU para que Teerã suspenda todas as suas atividades nesse campo. Seguindo recomendações da ONU, o Brasil já começou a aplicar sanções ao governo de Teerã.

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"O Irã não suspendeu suas atividades relativas ao enriquecimento (de urânio), e continuou também com a construção da usina piloto de enriquecimento de Natanz", afirmou a AIEA, no sumário de seu relatório de seis páginas.

A conclusão do documento, redigido pelo diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Mohamed ElBaradei, pode expor Teerã a sanções mais amplas por temores de que o país esteja buscando secretamente adquirir bombas atômicas.

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O prazo de 60 dias para que a república islâmica parasse o enriquecimento de urânio expirou na quarta-feira. O Irã ofereceu dar garantias de que não busca armas nucleares, mas apenas como parte das negociações. E recusou, mais uma vez, suspender o programa como uma condição prévia às negociações.

O regime teocrático disse esperar que a diplomacia resolva o impasse , e frisou que a suspensão do enriquecimento de urânio é inaceitável.

- A nação iraniana defende seus direitos. O direito nuclear é reivindicado por todos os iranianos e ninguém no mundo pode tirar da nação iraniana seu direito - disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad em um discurso no Noroeste do Irã, segundo divulgou a agência de notícias ISNA.

Ahmadinejad não tem a palavra final na questão nuclear, mas a maior autoridade do Irã, o líder supremo aiatolá Ali Khamenei, já disse que o seu país vai levar adiante o trabalho que as autoridades iranianas insistem em dizer que visa apenas à geração de eletricidade.

- Infelizmente, os iranianos não aceitaram as exigências da comunidade internacional e teremos de nos reunir. Teremos de decidir o que fazer daqui para a frente - disse a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, na quarta-feira, em Berlim.

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Condoleezza; o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier; seu colega russo, Sergei Lavrov; e o chefe da política externa da UE, Javier Solana, devem se reunir em Berlim nesta quinta-feira para discutir as próximas medidas a serem tomadas na questão iraniana. Condoleezza diz que potências usarão o Conselho de Segurança contra o Irã.

O Ocidente teme que o Irã, que escondeu o trabalho de enriquecimento da AIEA por 18 anos e que vem impedindo investigações que garantam que seu programa é totalmente pacífico, esteja tentando fabricar bombas por trás da desculpa de um programa de energia nuclear civil.